domingo, 24 de fevereiro de 2013

Devaneios IV

E quando já não havia lugar para mais nada a não ser esperança e surpresa, heis que a esperança morre e leva com ela todas as dúvidas, preenchendo-me de uma certeza que há muito reinava no meu sótão, mas a qual eu me recusava a aceitar. A verdade verdadeira é que embora me tenhas entrado de rompante em casa, sem se quer pedir por favor, a mim deixaste-me sempre à porta... Felizmente, a chuva que outrora desolou o meu mundo, noite sim noite sim, desta vez não veio. Já estava na altura. Mas as nuvens escuras no céu ainda me lembram dos tempos tenebrosos. Lá fora o meu jardim está uma lástima. Ervas daninhas e silvas tomaram conta do espaço, mas reina uma paz que há muito não existia. Com o tempo hei-de o arranjar novamente. E quem sabe, com sorte, talvez um dia os pássaros voltem para me alegremente acordar de madrugada.

Sem comentários:

Enviar um comentário