quinta-feira, 31 de março de 2011

"Trabalho" ao ar livre

Hoje esteve um dia extremamente agradável :) 

Eram cerca de 7h30 da manhã quando acordei com a passarada feliz e contente a cantarolar lá fora. Serinus, tentilhões, pintassilgos, verdilhões, chapins, andorinhas, pardais, melros, atricapillas, enfim :) há algum tempo que não acordava com tanta algazarra :) 

As "minhas" andorinhas já andavam para trás e para a frente a levar coisas para (fazer) o ninho. Pareceu-me quase pronto, mas não sei se elas não o irão subir mais um bocadinho. 

Pequeno almoço tomado e preguiça ultrapassada, decido ir dar uma voltinha. Tenho que trabalhar tenho, mas apetece-me tão pouco… Da janela das traseiras ainda vejo um casalinho de rolas e mais meia dúzia de pintarroxos que volta e meia por ali andam. 


Mochila às costas e lá vou eu. 

Ah :) Já tinha saudades de andar numa paisagem mais "montanhosa" em vez da praia de sempre. Pelo caminho, nada que não tivesse já visto (escutado) da janela, excepto meia dúzia de melanocephalas e alguma gralhas. Apesar da hora já um tanto para o tardia (decidir sair de casa só às 11 da manhã não rende grande coisa) foi um passeio agradável. Deu para colocar uma t-shirt e uns calções e apreciar o calorzinho :) 




Nas bermas andava um número considerável de lagartixas, pelo que ainda me entreti a tentar fotografa-las. Isso e meia-dúzia de florinhas, as quais me dão sempre imenso prazer tirar umas macro. 







Chegada a casa 2h depois foi só preparar o almocinho e depois tomar a bela decisão de vir trabalhar cá para fora. O sol aquece-me o corpo, os pintassilgos dum lado para o outro a chilrear, a alma. Um peneireiro passeia-se à minha frente e não consigo deixar de pensar que sou uma pessoa com sorte :) Pena que brevemente vou abandonar este lugar que há quase 9 anos chamo de casa. Bons momentos aqui passei. Muitas lágrimas aqui chorei. Noites  quentes a sonhar debaixo de um céu estrelado, assim como frias a maravilhar-me com uma tempestade de relâmpagos ou um eclipse lunar. Brincadeiras na neve também não faltaram, nem agradáveis tardes com guerras de água ou a brincar na "piscina". Bicicleta, patins, pseudo-jogos de ténis e basketball foram algumas das diversões ao ar livre. 

Caminhar descalça pelo terreno argiloso para apanhar ameixas, figos e uvas é algo do qual vou sentir saudades. Sempre gostei de mudar de casa, nesta no entanto não tenho muito vontade de sair. Só espero que a outra se revele igualmente acolhedora  :) E pronto. Tenho que trabalhar (se bem que estes pintassilgos me estão a complicar a vida).

Ps: consegui ler meia-dúzia de linhas, ficar com uma sonolência indescritível, deitar-me para o lado e dormir uns 40 minutos. E com isto já passam das 5 da tarde. Ai vida xD

quarta-feira, 30 de março de 2011

Hoje

Hoje só queria um presente...

sábado, 26 de março de 2011

Cor-de-rosa



"Enquanto não soubermos estar connosco próprios e sentirmo-nos bem na nossa própria 

presença, então nunca saberemos estar com os outros e sentirmo-nos bem entre eles."


 Apeteceu-me dar assim início a este post (sendo que ultimamente estou limitada em termos fotográficos a temas marinhos, mas paciência) e talvez divagar sobre uma ou outra coisa que não me sai da cabeça. 

Não sou perfeita. Ponto mais do que assente. 

Não tenho moral para julgar seja quem for, nem gosto de o fazer. Para mim cada um é como é e não vale a pena perder tempo a discutir a postura das pessoas, muito menos a de terceiros. 

Nem sempre sou coerente sobre o que penso e/ou digo. Tenho que admitir que há coisas que me ultrapassam. Por outro lado tenho vindo a descobrir que todos nós, perante momentos e condições certas, nos transformamos (ainda que temporariamente) em pessoas que não conhecemos. Pessoas que não compreendemos. Pessoas que por vezes até julgamos e criticamos. Como se costuma dizer "Nunca digas desta água não beberei". A vida às vezes prega-nos belas partidas. 

Mas voltando ao assunto... 

Tenho algumas crenças e ideais que me movem, me guiam. Tento segui-las tanto quanto possível. Manter-me verdadeira perante mim mesma e os outros. Muitas vezes tendo a acreditar que as pessoas que me rodeiam fazem o mesmo. Ah... ver o mundo em tons de rosa facilita muito o dia-a-dia. E tudo corre bem, enquanto corre bem! Com o tempo, começamos a perceber que o mundo não é cor-de-rosa, mas sim que nós o pintámos. Nada como a escola da vida para nos ensinar. Mas a culpa não é do mundo. Que culpa poderá ele ter? A culpa é nossa de o termos pintado. 

Valores como o amor, a amizade, a coragem, a compreensão são tudo coisas muito bonitas e que nos enchem de inocência. Mas são muito cor-de-rosa. O certo é que fomos nós que as pintámos. E cada um dá-lhes a importância que quer. Cada um define-as da maneira que lhe parece melhor. Cada um vive-as da forma que mais lhe apraza. 

Temos então valores, que para além de significarem coisas diferentes para pessoas diferentes, podem ou não ser seguidos dependendo da pessoa, e podem ou não ser cumpridos mediante as caóticas situações da vida. Há no entanto coisas, pelas quais já passámos variadas vezes na vida, e sabemos que nunca cometeríamos. São coisas que nos são intrínsecas, valores que respeitamos em demasia, formas bem traçadas da nossa personalidade. Sei bem que é um erro pensar que os outros terão também tais características, assim como sei bem que não tenho certas características dos outros. No entanto, podemos facilmente iludir-nos. E desiludir-nos. 

Temos tendência em procurar nos outros o que temos dentro de nós. Tanto pela positiva, sendo que gostamos  à partida dessas pessoas, como pela negativa, pelas quais criamos uma certa antipatia. Reparem no que  mais criticam nos outros e depois avaliem-se. Bom, o facto de vermos algo nos outros, não quer dizer que esse algo exista. E mesmo que exista não quer dizer que ocorra da mesma forma como dentro de nós próprios. E sinceramente, tranquiliza-me ter noção de tudo isto. Sei que não há um culpado nesta história. Quanto muito há dois, e eu sou um deles. Não estou por isso chateada, nem tenho o direito de estar. Mas posso estar desiludida? Isso acho que sim, já que a autora da ilusão sou, nada mais  nada menos, do que eu própria. Tenho um pouco essa tendência, tenho que admitir. Iludir-me a mim própria. Ignorar o que a minha intuição me grita e seguir a teimosia que me corre nas veias. E talvez um pouco a inocência. O acreditar que apesar de tudo as pessoas podem não ser da forma como eu as pinto. Gosto de dar o benefício da dúvida. E pronto. A maior parte das vezes acabo por chegar à conclusão que tinha razão. É a vida. A verdade é que as pessoas acabam sempre por se revelar nos momentos críticos e se isso pode ser chocante e revoltante à primeira, depois não deixa mais do que ser triste. Porque chegamos à conclusão que no final das contas, fomos mesmo nós que as pintamos de cor-de-rosa. No hard-feelings though. Isto dos valores é assim mesmo. O importante é conseguirmos aceitar estas diferentes formas de ser das pessoas. Reconhecer que a culpa de elas nos deixarem tristes é simplesmente nossa. Porque as imaginámos de outra forma, porque criámos na nossa cabeça uma imagem que não existe, porque queremos que as pessoas sejam e ajam da forma que nós queremos e não da forma que elas são.  E isso é problemático. Para nós e para quem connosco convive. Família, amigos, conhecidos.

Vou tentar manter-me o mais fiel possível a estas baboseiras nas quais penso acreditar e agir em conformidade. Reconhecer que sou como sou e que quem me quiser aturar, ature, quem não quiser, que diga e vá à sua vida. Mas principalmente reconhecer que as  que pessoas não são a imagem que eu tenho delas e que não é por serem mais ou menos diferentes de como eu as imaginei, que o que elas sentem deixa de ser mais ou menos verdade, e  que devo gostar mais ou menos delas. Sei bem que valores me regem, sei bem que há coisas que eu não faria mesmo que não tivesse grande ligação com a pessoa em questão. Mas eu sou eu. Os outros são os outros.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A walk by the sunset

There's nothing like walking barefooted by the Sea... 


water reaching your feet every now and then...


 the sun setting on the horizon...


colors...


slowly fading away...

   as night embraces you...

sábado, 19 de março de 2011

Full Moon

Eu sei, eu sei, que não ando lá muito bem. Peço desculpa aos que me rodeiam e já deram conta. Peço desculpa aos que já perguntaram e receberam um "está tudo bem... a sério :)" como resposta, ou um "preferia não falar sobre isso por enquanto". Simplesmente não há nada que eu possa dizer que vá resolver alguma coisa, a não ser satisfazer a curiosidade dos perguntadores. Não é falta de confiança nem nada que se pareça. Ou talvez seja não sei.  A verdade é que tenho vindo a notar que me abro mais facilmente com um desconhecido do que com um amigo. A verdade é que não me importo minimamente do que o desconhecido vai achar, mas preocupo-me com o julgamento de quem me está mais próximo. Já sei que me vão dizer. Já os conheço. Para quê falar se sei o que vou ouvir?  Não é assim tão linear, mas pronto. Sei bem que tudo isto acaba por não fazer grande sentido, já que acaba por ir contra a minha própria definição de amizade, mas que posso fazer? Toda a gente tem direito ás suas incongruências... digo eu. O pior de tudo isto é quando tentamos não olhar para trás, seguimos em frente e convencemo-nos que está tudo bem, e alguém nos diz na cara que não estamos bem, que já nos conhecem e que sabem que se passa alguma coisa, e que podemos confiar neles, e que claro podemos não querer contar, mas que provavelmente nos iria fazer bem desabafar. É nestes momentos em que nos cai tudo... e me dá vontade de me desfazer, mas não o faço. É um verdadeiro balde de água fria. De repente paro, analiso-me e chego á conclusão que a pessoa tem razão. Eu sei que tem razão. Não está tudo bem. But as far as I can see there's nothing I can do about it. Ou será que entrei no papel de coitadinha? Já nem sei. Mas cheguei ao ponto de ter medo de fazer o que quer que seja e de piorar a situação. E há dias em que até nem quero saber, e digo o que tenho a dizer, e outros em que me calo, com medo do que possa acontecer. É verdade que começo a acumular muita coisa. Conversas que se desenrolam apenas na minha cabeça e que não são ouvidas por ninguém matam-me a necessidade extrema de dizer o que me vai na alma. Mas não deixa de ser triste. Voltei à fase da imaginação. Falar com as pessoas? Dizer-lhes o que sinto? Para quê se posso imaginar? Corre sempre tudo muito melhor. Digo o que tenho a dizer e ninguém se chateia. O pior é que volta e meia caio na realidade... e apercebo-me que continua tudo exactamente na mesma. Dentro e fora de mim. Que estou simplesmente a enganar-me a mim própria. Que apesar de tudo... bah... não, não vou escrever aqui. A lua brilha lá fora... grande e perfeita na sua imperfeição, tal como todos nós. Já estou relativamente familiarizada com as minhas alterações humorísticas resultantes do esplendor duma lua cheia, mas o seu efeito não deixa de me surpreender. Curiosamente... deveria ser ao contrário não? Talvez não. E pronto. Já disse o que andava a morrer por dizer. No entanto folhas caem agora das árvores. Juro que tenho tentado evitar... mas  por enquanto ainda é mais forte do que eu. E o problema  aqui é que não quero que deixe de ser.

Viva o bom tempo

Eu prometi. O sol apareceu. Eu cumpri :)


Há muito que esperava que o sol decidisse aparecer durante o fim-de-semana, acompanhado de temperaturas minimamente agradáveis. Fato de banho para o corpo, sandálias e t-shirt, toalha para a mochila e siga viagem :) A maré estava muito baixa pelo que pude andar entretida entre as rochas. O sol estava quentinho e não tardou muito para que estivesse cheia de calor :) Sigo praia acima até encontrar um local com poucas rochas e faço-me à agua :) Ai que bem que me soube :D Venham mais dias assim!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Instinto maternal

Ou "Síndrome da Irmã mais velha". É uma coisa que me atinge gravemente. Não necessariamente com crianças, mas com qualquer pessoa. É uma necessidade inexplicável de oferecer protecção, ajuda e confiança. Tudo começou quando completei 9 aninhos de vida. Lembro-me como se fosse hoje. E foi crescendo. Expandindo-se inconscientemente. Não se trata da vontade de ter filhos nem nada que se pareça (gee... no way). Simplesmente de proteger. Vá-se lá perceber estas coisas femininas que nos atingem involuntariamente. Estava eu pela primeira vez a deliciar-me no McDonalds e a divertir-me à brava no "labirinto" do playground, quando vejo o meu querido irmão de 4 anos (peste inaturável na altura, mas sem o qual a minha vida não seria a mesma) a ser bullied (loool) por uns tipos mais velhos, que é como quem diz a passarem-lhe à frente. Ora qual é a reacção da Vanessa a tal abuso? Nem sei bem, mas os rapazitos se calhar até tinham um aninho ou dois a mais que eu. Como qualquer irmã mais velha que se preze, fui perguntar aos meninos que era isto de andar a passar à frente das pessoas. O respeitinho é muito bonito e eu gosto. Vamos lá ver se é preciso eu me chatear, que é como quem diz ir chamar os meus pais (loool eu já era uma pessoa muito má na altura =P ). Enfim. Coisas que já lá vão :) A verdade é que não gosto, nem nunca gostei, primeiro que me passem por cima e segundo por cima dos outros. Também não gosto que falem de mim nas costas, mas sim que me digam o que têm a dizer na cara. Seja lá o que for, para o bem e para o mal, terei muito gosto em saber. A frontalidade é bonita de se ver. Mas isso são outras conversas. Voltemos ao tema. Ah, o instinto maternal. Pois é, hoje fui abordada no metro por um rapazito, homem feito miniatura, de telemóvel no bolso, talvez com os seus 10 anos, maybe pouco mais? Não importa :) queria saber como fazer para ir para a Póvoa. Pois muito bem, depois de ter pensado no que estava uma pessoa daquele tamanho, sozinho, ofegante e de mochila ás costas a fazer no metro, decidi não fazer perguntas, levantei-me, dirigi-me à maquinazita e expliquei-lhe cuidadosamente o que fazer. Fiz questão de o alertar para guardar o cartão de forma a não ter que comprar outro da próxima vez que quisesse viajar no metro, fiz questão de lhe explicar que o próximo metro só chegava dentro de 12 minutos (ai ai...), assim como que a Póvoa era a última estação, pelo que ele não precisava de se preocupar com a saída. Tempo de espera e tal, fico a saber que foi para uma qualquer escola em Mindelo e agora ía voltar para casa. Chega o metro. A disponibilidade de lugares leva-me eventualmente a sentar-me em frente ao rapazinho. Vou a ouvir música, mas não consigo deixar de o avaliar durante o caminho. Interrogo-me o que vai naquela mente ainda jovem. Que consciência da vida terá alguém com tão tenra idade? Coisas estúpidas lidas num qualquer blog sob a razão dos rapazes serem mais imaturos do que as raparigas e mais divertidos, vêm-me à cabeça. Questões mais existenciais sobre como é a perspectiva masculina do mundo também se atravessam na minha mente. Não consigo ter qualquer ideia, ultimamente tenho-me debatido um pouco com essa questão, mas no fundo (bem bem no fundo) tento acreditar que não será assim tão diferente. Lá estou eu a divagar outra vez. Voltemos à história. Chegamos à Póvoa e aviso-o que é ali a saída. Pergunto-lhe se a partir dali sabe o caminho para casa (--> instinto em acção) e recebo um "agora é só apanhar o autocarro e estou em casa, eu moro em A Ver-o-mar". Pois é. Parece que o rapazito vai para os mesmos lados que eu. Apressamos o passo para o autocarro, mas o facto de ser sexta-feira e de haver sinais de bom tempo para o fim-de-semana deve ter levado as pessoas todas a entupir Póvoa, pelo que só lá para as 18:55 é que o autocarro consegue chegar. O miúdo leva a viagem a contar as moedinhas que tem na mochila e a comentar comigo que assim é muito mais barato. Ao que parece pagou 10 euros de táxi de manhã para conseguir chegar á tal escola. Isto porque a senhora foi simpática e como ele só tinha 20 e ainda precisava de voltar, não lhe cobrou os supostos 15 euros. Satisfeito com os seus 7 euros de sobra, acaba por sair na paragem antes da minha e vai à sua vidinha. Eu sigo mais meia dúzia de metros e também vou à minha. Moral da história? Nenhuma :) Eu é que tenho a mania de dar atenção a coisas sem interesse nenhum e  interrogar-me sobre o seu significado.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O futuro da minha tese

Pois é :) Aqui está o meu tema de trabalho deste e do próximo ano :) Por enquanto a coisa mais definida que existe sobre a minha tese (e claro... não fui eu que escrevi xD). Embora nem tudo faça grande sentido para mim (não consigo ver o estreito  de Gibraltar como grande barreira biogeográfica), mas vamos lá ver que história tem o DNA para me contar.

"A comparison of hemosporidian parasite and their avian host communities across the strait of Gibraltar"

Global climate change is affecting all ecosystems of the Earth and is expected to have an even greater future impact due to its accelerating pace. One of the major anticipated consequences of the global climate change on biodiversity is disruption of ecologic communities. Although most members of temperate communities are expected to react to the global climate change by shifting their ranges polewards or upslope in the mountains, species differ in their tolerance to the change, dispersal abilities, and other life history traits. These differences result in a reshuffling of ecological communities and in changes of species' realized niches which are determined by interactions with other community members. The complexity of interactions within and among species can lead to unexpected responses to the global climate change. Of particular concern is the potential for pathogens to shift their distributions, hosts, and to increase in virulence as a consequence of the global climate change. This concern is rooted in the exposure of immunologically naive potential hosts to novel pathogens as a consequence of the changes in the composition of ecological communities. There is a diverse list of studies demonstrating the devastating effects of invasive or emerging pathogens on animal and plant populations, many of which are endemic. The global climate change is expected to especially favor the pathogens employing arthropod vectors for transmission. It could allow pathogen vectors to expand both geographically and demographically, and increase the length of the annual period during which pathogens are infecting the hosts. Unfortunatelly, our knowledge of Arthropod transmitted pathogens is still very limited, especially in many endemic areas. In the proposed study we will compare diversity, prevalence, and virulence of the avian hemosporidian parasites and their hosts in two endemic forest communities of Iberia and North Africa. We will pay a special attention in ability of both, birds and their pathogens to cross the biogeographic barrier imposed by the strait of Gibraltar. 

O melhor disto tudo vão ser as duas semaninhas em África :D  (--> another dream come true ^^)

Can't wait :D 

domingo, 13 de março de 2011

Freedom

Hoje sinto uma vontade tremenda de viajar. É um sentimento um tanto para o estúpido, mas gostava de meter a mochila às costas e aventurar-me por esse mundo fora. Sempre tive o bichinho de cometer uma loucura dessas, só nunca encontrei ninguém que me desse a coragem para levar isso adiante. Quem sabe um dia. Sem destino, sem planos. Só meia dúzia de trocos nos bolsos, um emprego aqui, outro acolá, o suficiente para uma vida simples e em movimento durante algum tempo. Agora que penso nisso... há uma certa liberdade na cultura do povo cigano que me atrai... bastante :) isso e alguma da música :)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Esperança

"A Esperança é a última a morrer"

Assim o diz a sabedoria popular.
Bichinho burro e teimoso que tem a mania de se infiltrar no íntimo das pessoas.
Ás vezes gostava de conseguir simplesmente manda-lo fora. Arranca-lo e lança-lo ao mar. 
Sei que estou a conseguir mata-lo aos poucos, mas a sua capacidade de regeneração é surpreendente.
Alimenta-se de pequenas palavras, gestos, acções... às vezes basta uma voz mais doce... uma brincadeira mais parva... que em simultâneo com um conjunto de agradáveis memórias, me consegue devorar as entranhas.
Mas também se contrai com as coisas mais simples. Coisas que acumuladas o vão enfraquecendo, fazendo-o perder a paciência, e que podem até ser esquecidas por momentos, mas são facilmente trazidas ao de cima.
Soubesse o meu cérebro tomar conta de mim e já teria há muito eliminado esse parasita. Sim. Porque quem sofre depois sou eu. Começo a chegar à conclusão é que devo ser masoquista. É a única explicação lógica para tudo isto. Isso ou então sou muito burra (e eu que até me tinha em alguma consideração). Prefiro no entanto pensar que é essa tal de esperança que não me deixa agir com clareza. Resta por agora saber, quanto tempo de vida ainda lhe resta. Uma coisa é certa... apesar de tudo... já viu melhores dias. Mas deixemos os dados rolarem... (lá está ela em acção...)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Coisinhas com penas

5 am. Ah cinco da manhã =) Já lá vai o tempo em que isso era a rotina. Feeling? Great =D Lá fora não há ainda sinais do sol, nem das habituais gaivotas. Interrogo-me onde dormem. Embrenho-me na escuridão e sigo rua acima. Ao contrário do que esperava o silêncio não reina nas ruas. É possível ver carros para cima e para baixo, pessoas a entrar e a sair, toda uma azáfama que não conheço. Está fresco, mas não muito. Ao fim de alguns metros já o sangue me corre quente nas veias e o casaco passa do corpo para as mãos. Chego ao metro mais do que a tempo e em Mindelo encontro a minha boleia já à espera. Próxima paragem? Casa do sr. Sergei. Desembrulhar postes novinhos para as redes é a primeira tarefa do dia. Seguidamente arrumar a tralhar toda no carro e seguir viagem. 

Uma pequena paragem para ver meia dúzia de tritões marmorados extremamente entretidos, esvaziamos o carro e distribuímos a carga. A caminhada não é muito longa, mas o suficiente para deixar de sentir os dedos. Chegamos já em pleno dia, mas enfim. Há que começar a montar as redes. Os senhores entendidos no assunto não me parecem assim tão entendidos, mas vou ajudando como posso. O solo arenoso não ajuda muito e o primeiro poste acaba por cair várias vezes antes que se consiga segura-lo em condições.  


Montadas as 2 primeiras redes sou deixada a guardar o material. Feeling? Viva a descriminação. Deixemos a menina a guardar as coisas enquanto os machos vão cortar mato e montar o material. Grrrrr. Tenho que confessar que fiquei um tanto para o chateada.  Frustrada? É que ficar parada a olhar para o ar não faz bem o meu género. Como seria de esperar não consegui ficar muito tempo parada e fui explorando o que por ali havia. 
O espaço é relativamente agradável. Apesar do frio os bichinhos vão-se manifestando, mas vê-los é mais complicado. Lá para as 9  cai o primeiro bichinho, um Phylloscopus collybita. Ainda avisei os entendidos, mas recebi um "deixa estar" como resposta. Como não sabia onde estavam os sacos e também não queria correr o risco de deixar o bicho ainda mais enrolado do que ele já estava, deixei-me estar inquietamente sossegadinha à espera que eles regressassem.

Uns vinte minutos depois vêm com uma carriça na mão que logo após se ter ligado o mp3 se fez á rede. Vão buscar o Phylloscopus e vão montar mais não sei quantas redes, enquanto eu fico mais uma vez a guardar o material. Poucos minutos depois de saírem, cai uma Sylvia atricapila, mas mais uma vez deixo-me estar quieta, não vá eu fazer asneira. Ando para trás e para frente, sento-me a pensar na morte da bezerra, tento ouvir o que por ali anda, faço desenhos na areia, farto-me e vou ver as segundas redes. Prunella modularis, Sylvia atricapila e 2 Phylloscopus collybita são os bichinhos pendurados. Volto para trás e felizmento os srs. já estão a preparar as coisas para começar a tratar dos saquinhos. Dadas as notícias de mais coisinhas nas redes, lá vamos nós busca-las. Depois de ter ouvido um "It's the first time I'm doing this" é com alguma surpresa que vejo o aluno do Sergei a tirar um collybita da rede como se já tivesse feito aquilo inúmeras vezes. Definitivamente, o meu cuidado e gentileza não devem ser úteis para o processo, mas que posso fazer? Parecem-me tão frágeis.
    De volta à base, penduram-se os bichinhos, espalha-se o material na mesa e dá-se inicio à coisa. O Sergei começa por dar a ficha de anilhagem ao  Marcus (ou lá como se chama o rapaz), mas rapidamente a passa para as minhas mãos dada a lentidão do rapaz em conseguir sequer saber qual o bicho em causa e como se escreve o nome xD
   E foi uma manhã bem passada :) que se prolongou até ao final da tarde... mas que me soube muito muito bem. As espécies não foram muitas, mas chegou á dezena: Phylloscopus collybita (muitos... quem sabe ibericus? lool xD), Prunella modularis, Troglodytes troglodytes, Sylvia atricapila, Sylvia melanocephala, Parus major, Parus ater, Parus cristatus, Certhia brachydactyla, Erithacus rubecula, enfim tralha... e.... para grande surpresa de todos quando saiu de dentro do saco, um Regulus regulus fêmea ^^ Todos os bichinhos tiveram direito a foto, mas eu só tirei meia-dúzia (digamos que só me lembrei já a meio da tarde).


  Total de 46 bichinhos apanhados, entre os quais 45 anilhados e 1 recaptura, e 45 novas amostras para mim (uma carriça decidiu fugir antes de alguém lhe tirar sangue). Enfim =) Os chapins são coisinhas simpáticas, que se devem achar uma grande coisa, e que só porque têm bico e nos conseguem chegar aos dedos, têm o direito de nos bicar.  Coitaditos =P

Uma experiência a repetir espero :)