domingo, 27 de janeiro de 2013

#58 - Lugre

Ontem foi dia de PBG e (acontecimento raro naquelas paragens!) tive direito a uma espécie nova :P

Um casal de lugres (Carduelis spinus) decidiu colaborar e tanto eu como o Sidónio ficámos todos contentes :)

Imagem de Ricardo Vieira

São bichinhos bem bonitos ^^

Apesar da sessão ter começado muito mal (portas inchadas que teimavam em não abrir e árvores caídas que nos impediram de chegar às linhas ou de as montar no local habitual), anilharam-se 36 aves e recapturaram-se 11, o que não foi nada mau até :)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Bats #5 - Abrigos de hibernação

   Devagar devagarinho, tenho vindo a dar os meus passinhos no mundo dos morcegos. Comecei por pura curiosidade. De quem gosta de bichos, mas os desconhece por completo. Não posso dizer que saiba grande coisa sobre estas fascinantes criaturas, mas sei sem dúvida mais que há coisa de 1 ano e meio :P 
   Tenho sido acolhida pelo grupo de morcególogos do cibio como talvez nunca tenha sido recebida em lado algum. Entusiasmo e diversão não faltam, assim como toda uma humildade no passar e discutir de conhecimento que sem dúvida me atrai. Tanto que a cada saída fico com mais vontade de "repetir a dose" e mais recentemente comecei seriamente a ponderar trabalhar com estes bichinhos. A química do grupo é aliciante, não há cá individualismos, mas sim todo um espírito de equipa e inter-ajuda que começa pelo próprio "chefe" e se prolonga aos seus "filhinhos emprestados". As coisas são feitas com pés e cabeça, planeadas com cuidado, e com a procura e sugestão de soluções alternativas para os problemas por todos os elementos. Pela menos, é isso que vejo "de fora".
   Pessoas à parte, os morcegos são criaturas engraçadas :) completamente diferentes de tudo o resto, são sem dúvida interessantes e com muito ainda por descobrir :) não sei... a ver vamos :) por este ano, se tudo correr bem, andarei atrás deles entre Abril e Outubro, 2 a 3 semanas por mês. Os horários são-me um pouco contra-natura já que sou sem dúvida uma pessoa de hábitos diurnos. Dormir de dia e trabalhar de noite nunca foi bem o meu ritmo, mas é tudo uma questão de hábito suponho. Uma coisa é certa, vou estar a viver onde há muito quero (trás-os-montes), e a fazer uma coisa que me dá bastante prazer (apanhar bichos). Melhor acho que era difícil! :) Além que oportunidades destas não devem surgir várias vezes na vida e há que tentar ao máximo agarra-las!
   Esta semana tive então o prazer de passar mais uma semana no campo atrás de pseudo-ratinhos com asas! O objectivo desta vez não foi capturar morcegos-rabudos, mas sim efectuar contagens gerais nos abrigos de hibernação de importância nacional, assim como anilhar algumas espécies. Foram dias a caminhar de galochas de perna inteira e frontal a iluminar o caminho em grutas e principalmente minas abandonadas. Foi giro :) Desde rastejar em buracos para poder progredir em locais de derrocadas, a seguir túneis irregulares e inundados onde outrora se extraiu minério. No primeiro dia Brunhozinho e Carviçais, com grandes colónias de Morcegos-de-peluche (Miniopterus schreibersii), no segundo, Ferrominas com a maior colónia conhecida em Portugal de Morcegos-de-ferradura-mourisco (Rinolophus mehelyi) e também muitos Morcegos-de-ferradura-mediterrânicos (Rhinolophus euryale), e Monte da Mua com algumas centenas de Morcegos-de-ferradura-grande (Rinolophus ferrumequinum), assim como alguns Morcegos-de-ferradura-pequeno (Rinolophus hipposiderus), Morcegos-de-franja (Myotis escalerai) e Morcegos-lanudo (Myotis emarginatus). No terceiro dia mais uns quantos ferraduras, alguns Myotis escondidos em buracos na rocha, e para muita felicidade de um dos membros da equipa, um Morcego-orelhudo-castanho (Plecotus auritus)! eheh

Para além de tudo isto ainda tivemos neve nos primeiros dias de manhã, que deram todo um outro espírito à coisa, e permitiram alguns momentos mais tolos e divertidos!! ^^ Foram dias para repetir (espero) para o ano!

Agora é dormir, que amanhã de manhã há captura de coisinhas com penas no Parque Biológico de Gaia, com o GVC :D
 


domingo, 20 de janeiro de 2013

aww :)


And when most of my hopes in male musicians were lost...
What moved me the most was not not their singing abilities (although the father sings well), but the sweetness and intimacy in their singing. Not all is lost in this world I guess. Being the daughter of a musician, and the stepdaughter of another musician, I can't help feeling a slight degree of jealousy, as all I have ever received from both my dads was their absence. One for being too immature to spend time with his own daughter, and the other one for being so self-centered and superior to the rest of human kind. I'm sure they both liked me, but in the end it's as if they didn't. Nevertheless, and although none of them has ever realized, their music soul resides within me. Listening to someone singing or playing either piano or guitar, always wakes up something inside me. This said, I feel like buying a guitar right now, so I can play and sing along :) But more than that (and this will sound awkward even for me), so that one day, someday, when and if I have children of my own, we can have this much fun together :)

:$


I guess the key is not complaining about what you don't have, but asking for what you want.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

So what?


I wish it was that simple...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Hya 2013!


Tenho andado ausente eu sei! Nem tanto, mas faltam-me as palavras, ou a paciência para as debitar. É como se o tempo passasse (e passa) sem a minha permissão. E mais do que passar, passa por mim! E eu aceno-lhe, mas ele já vai longe. Nem me dá tempo de pensar... de sentir. De reagir. Num segundo é isto, e no seguinte é aqueloutro. É vê-lo a ele, às palavras e às emoções, a escorregar-me entre os dedos, à velocidade das sinapses que me ecoam no cérebro. Daí que não tenho escrito. Obriga-me a parar. A pensar. A reter. Obriga-me a materializar. Mas isso é como parar o curso dum rio. Requer força. E como não o tenho feito, dou por mim parada no tempo quotidiano. Como espectadora de mim própria, absorvo fracções de momentos e projecto-os no infinito. No abstracto. Tanto a contemplar um céu estrelado como a ver um metro chegar. Divago sobre mim e sobre o mundo nestes centésimos de segundos em que estou consciente, e fosse eu parar e escrever tudo o que me galopa na mente e talvez precisasse de mais do que uma vida. É como se durante aquele período de tempo, às vezes tão longo como a frame de um qualquer filme, todo o Universo se desenrolasse aos meus olhos. Todos os mistérios me fossem revelados e todos os problemas solucionados. Destes insights, só me restam instantâneos visuais e uma ou outra palavra solta. Não é muito, é certo. Mas é o suficiente para continuar.

"Ano novo, vida nova" they say. Mas todos sabemos que não o é bem assim. Somos um contínuo de tempo e acontecimentos que não viram na mesma página do calendário. Mas as coisas têm a importância que lhes damos. E por muito que me tente enganar e diga que datas são apenas isso, datas, a verdade é ligeiramente diferente. Daí que o inicio oficial deste ano não tenha começado de certo da melhor maneira. Mas o que lá vai, lá vai. O problema talvez aqui é a minha insatisfação pessoal resultante desta minha forma passiva de encarar o mundo. De não conseguir reagir ao dia-a-dia e apenas explodir quando a garrafa enche. Mas e quando a garrafa enche e fingimos que não vimos? Seguimos em frente e ignoramos o líquido que agora jorra da saturada garrafa para um qualquer espaço mental. E não podemos parar porque isso significa enfrentar o facto de que a garrafa está efectivamente cheia e que precisamos de fazer alguma coisa. Mas o quê? Como podemos decidir o que fazer quando transbordamos simultaneamente coisas bivalentes? Como podemos arriscar assim a nossa vida e a dos outros? Que raio é suposto fazermos quando só sabemos que temos que fazer alguma coisa? 

Confiar.

Confiar? Que raio de resposta. De certo que a garrafa não se esvazia sozinha. Vai continuar a jorrar enquanto não fizer nada. Mas a esperança de que poderá parar, e quem sabe com o tempo evaporar, é uma possibilidade atractiva.

Garrafa?

Eu não devo estar é boa da cabeça.