Mostrar mensagens com a etiqueta Field. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Field. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A hell of a week

Esta semana tem sido muito intensa! Tanta coisa a acontecer e a mexer comigo num curto espaço de tempo!

Primeiro foi o aniversário da Aldeia. Evento engraçado, com muita música que mexe comigo, me leva às raízes, cheio de gente apaixonada pelo planalto Mirandês, gente da Terra. Deu para relaxar, comungar com a Natureza, limpar a mente e a alma :) mas também deu para ouvir falar de associativismo, e quase ficar com vontade de montar uma produção de mel neste cantinho do país, viver da Terra e com a Terra. Ah... tantas maluqueiras que me passam pela cabeça. Uma coisa é certa... a ânsia duma vida pouco académica e mais rural é mais que muita... Quem sabe um dia, quem sabe :)

Domingo foi dia de soltar o bichinho do qual tomei conta por quase um mês. O Florzinha :) Já estava bonzito da asa e com vontade de voltar aos céus. Apesar de todos os receios e dúvidas, que nem mãe preocupada com o seu filhinho, lá o soltámos no vale do Sabor ao qual pertencía. O voo foi duvidoso, a perder altitude em direcção ao vale. Rapidamente o perdi de vista e o coração ficou-me nas mãos. Será que fizémos bem? Será que estava na altura? Será que nos precipitámos? Será que ele caiu? Será que acabou por conseguir ganhar altitude? Será que vai conseguir alimentar-se sozinho? Encontrar o abrigo? Tantas questões. Nenhuma resposta. A dúvida vai para sempre ficar-me no coração. Dúvido que alguma vez o consigamos recapturar. Mas fica a esperança. A esperança que tudo correu bem e que fizémos tudo o que estava ao nosso alcance para que o bichinho ficasse bem :) 


Segunda-feira foi dia de capturas. Correu tudo bem. Não muitos bichos. A dúvida do efeito da nossa amostragem na colónia dos bichinhos. Será que os perturbamos em demasia? Será que abandonam o abrigo por nossa causa? Mais uma vez, dúvidas sem resposta. Voltamos para casa já de madrugada e acordamos pela hora de almoço. Tarde ao pc e fim de tarde a processar os bichinhos capturados de manhã a fim de os soltar ao anoitecer. Pela aldeia reinava um clima pesado. Um rapaz da GNR tinha-se suicidado e a aldeia encheu de gente para o funeral. Carros por todo o lado. Pessoas a ouvir a missa já no átrio da igreja. Ao longe, no horizonte, vários sinais de incêndios. Mal imaginávamos nós o quão grave eram. A seguir ao jantar, seguimos como normalmente para a libertação dos bichinhos, mas nem conseguimos chegar perto das pontes. O horizonte era agora um espectáculo de luzes vermelhas. Cenário macabramente belo e aterrador. A nossa área de estudo, o espectacular vale do Sabor, a minha fonte de motivação e de sentimento de sorte em poder aqui trabalhar, em chamas vivas... Não demorou até começar a deprimir. Não queríamos acreditar. Não poderia ser real. Não poderia estar a acontecer. Não. Era mau demais. Mas era verdade. E enquanto nos debatíamos com a realidade, carros e jipes de bombeiros passavam para trás e para a frente, tentando a todo o custo que o incêndio chegasse ás povoações. Apaga-lo, impedir que destruísse a área, era uma tarefa impossível. O vale encaixado e a falta de acessos são uma realidade. A verdade é que quando um incêndio é controlado, é porque não tem mais por onde arder. A única coisa que conseguimos fazer nestes locais é tentar evitar que cheguem ás casas. Soltar os bichos passou a estar fora de questão. Voltamos para casa com tudo dentro da caixinha e muitas dúvidas na cabeça. Quem sabe amanhã esteja tudo apagado e dê para os soltar. O que vai ser de nós? Dos bichinhos? De todo o trabalho feito até agora? O plano de doutoramento do FA acabou de ir para o lixo. Os meses e meses de monitorização do vale a fim de tentar perceber o efeito da barragem também. E agora?

O cenário de manhã era mais animador do que eu imaginava. As encostas junto ao rio, embora tivessem ardido totalmente, devem ter ardido rápido, de modo a que uma boa percentagem das árvores tenha ficado mais ou menos incólume. Algumas encostas safaram-se por completo. Outras ficaram totalmente carbonizadas. Numa das pontes alguns bichinhos. Parece que não fugiram por completo. Talvez voltem. Talvez se safem. A ver. Fica a esperança que a zona recupere... aos poucos.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Back home

Aro aro :)

Tenho andado meia desaparecida eu sei...! Mas o tempo escasseia e a calma e solidão necessária a este meu cantinho não têm existido de todo. As razões são claramente boas, por isso não há grande motivo para reclamações eheh

O trabalhinho em trás-os-montes vai de vento em poupa, muitos morceguinhos apanhados e a minha experiência com eles crescendo :) não sei se já disse (provavelmente já), mas trabalhar no Sabor para mim é um sonho concretizado :) não sei quanto tempo irá durar... mas estou a tentar aproveita-lo ao máximo...! São montes e vales que mexem comigo e me fazem sentir que todo o caminho que percorri até aqui valeu a pena...! que embora não saiba exactamente o que quero fazer com o futuro profissional da minha vida, sei que neste momento estou a fazer algo que adoro! se me sinto uma afortunada? todos os dias :) não há nada como o trabalho de campo...! e poder fazê-lo durante um longo período de tempo, a um ritmo psicologicamente saudável e com alguns momentos de lazer pelo meio, é um luxo de todo o tamanho! =D já disse que me sentia uma grande sortuda? eheh é porque sinto mesmo :)

Ahh foram dias de visitas a abrigos de criação, captura de bichinhos no rio, captura de bichinhos nas igrejas, captura de bichinhos nos viadutos, jantares nas alturas ao por-do-sol e com o Sabor a correr até ao horizonte, noites dormidas em cima de pontes com espectaculares céus estrelados (o que diria a minha mãezinha?!), pequenos almoços no meio da estrada, refrescantes mergulhos nas transparentes águas fluviais da região entre encostas escarpadas ou cobertas de carvalhos :) boa vida :) e o mais fixe é que esta boa vida está a gerar uma quantidade de dados fenomenal e a deixar muita gente entusiasmada! =D

A minha cabecinha vai aos poucos entrando nos eixos e é com um pouco mais de clareza que consigo olhar para trás... não sei de certo o que me deu... mas a verdade é que me transformou muito. Infelizmente acho que para pior... tornei-me uma pessoa mais fria... menos ingénua... e sonhadora. Há quem diga que a isso se chama crescer/envelhecer. Mas se é isso então não quero... Quero recuperar o brilho que perdi nestes últimos 4 anos. Quero voltar a acreditar que este mundo ainda tem uma chance, que o trabalho de conservação da natureza não é em vão e uma grande mentira, que a amizade incondicional existe, e que o amor é possível. Preciso de um pouco de magia! Sempre tentei acreditar que nada nesta vida acontece por acaso... e é com pena que vejo que me afastei do meu caminho por tanto tempo. Aprisionei-me na minha ilusão e definhei até não poder mais. Convenci-me que a vida nem sempre é o que queremos dela, e que se estamos mal temos que nos aguentar. E não é assim. A vida é o que fazemos dela... e se consigo perceber isso a nível profissional, também deveria entende-lo a nível pessoal. Porque viver sem expectativas não tem piada. É aborrecido e tira o gostinho à vida. Sabe tão bem esperar pelas coisas, acreditar secretamente que tudo vai correr bem, ficar deliciado quando corre e não perder a esperança quando não corre. Porque esta vida é curta e deve ser apreciada em todo o seu esplendor. Porque mais vale só e feliz do que acompanhado e infeliz. Porque ninguém vale a nossa paz de espírito. Porque nunca estamos realmente sós. Basta abrirmos os olhos, sairmos de nós e entregarmo-nos ao que nos rodeia. Porque a felicidade está nas pequenas coisas do dia a dia e dentro de nós próprios :) Porque estou pronta para me encontrar novamente :)

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Busy busy

Não há nada melhor para a cabecinha do que andar fisicamente ocupada :) é um descanso indescritível :) pena que seja apenas uma ilusão resultante da minha falta de tempo de me aperceber de mim própria e do que me corre nas veias, mas pronto... é assim a vida. 

Regressadinha a trás-os-montes, ontem foi dia de ver pontes, hoje de visitar colónias de criação. Hajam sítios tão bem cheirosos como a mina de Almofala! Caminho labiríntico monte abaixo até ao Águeda. Quase junto ao rio uma fenda nas faces rochosas da margem. O aroma agradável já a sentir-se à entrada, botas de borracha até ao peito e frontais na testa, e lá vamos nós...! Caca e mais caca é o que eu posso dizer. Um autêntico rio de guano ou por vezes lamaçal era o que se encontrava ao longo da mina. Centenas e centenas de bichinhos, muitos com crias rosadinhas penduradas entre os adultos. Cheiro pestilento, difícil de respirar, e chuva (aka mijo) a cair do tecto. Resumindo, local agradável para passar... o mínimo de tempo possível claro está! Eu bem dizia, quero entrar o mais depressa possível e sair o mais depressa possível! E tentámos :) mas as dezenas de morcegos que esvoaçavam graças à nossa presença, obrigaram-nos a parar, apagar as luzes, e colocarmo-nos de cócoras junto ás paredes, para tentar que sossegassem ou voltassem para trás, em vez de saírem em plena luz do dia :) foi giro :)

E ainda deu para desfrutar da paisagem envolvente como já é costume da nossa espectacular equipa de 2 :)


Amanhã há capturas nas pontes! Sim... já tenho saudades dos Tadaridas ^^ Com esta história toda, qualquer dia passo a dizer que sou Tadaridóloga, que é como quem diz que estudo Tadaridas eheh :) Já tenho convite de ter uma participação mais directa noutros ângulos de estudo destes bichinhos e tudo, por isso :D

Ai ai... claro que disse que sim. Bem que me disseram para pensar bem, e que isto seria quase um casamento, mas a verdade é que não tenho ideias melhores. Se gostava de continuar a trabalhar com passarinhos? Gostava... Mas por agora também não me cai mal como hobby. Posso não saber exactamente o que quero fazer da vida, mas sei bem o que quero dela nesta fase. Trabalhar para me sustentar, divertir-me enquanto o faço, aprender mais e sobre coisas diferentes. Pelo menos no que a trabalho diz respeito. E quanto a isso acho que me posso dar por muito muito satisfeita :) só é pena que outras coisas não corram tão bem... mas tudo a seu tempo :)

domingo, 7 de abril de 2013

Faia Brava + FAPAS = Awesomeness ^^

Ontem foi finalmente dia de Faia Brava! Embora lá tenha estado há relativamente pouco tempo, esta saída foi bem mais divertida! O tempo ajudou ao máximo (muito solinho e temperaturas amenas) e a companhia foi excelente! =D Ainda não há fotos do grupo completo, mas que éramos mais que muitos não há dúvida... demais até, diria. Mas pronto :) foi muito fixe! Acabei por fazer mais de guia do que de visitante (bastante mais...), mas digamos que não é algo que me chateie... muito pelo contrário! Transmitir o entusiasmo que partilho por aquela região e aquele projecto é algo que me dá bastante prazer =) isso e o sorriso das pessoas no fim da visita, assim como o ar e as palavras de satisfação! Foram momentos bem passados a caminhar e à procura de bichinhos com muitas patas, plantinhas e líquenes! Verdade seja dita que me foquei mais no reino animal e deixei os outros um pouco de fora e para os especialistas, mas isso são detalhes :) As novidades da temporada para mim foram o Picanço-barreteiro, Andorinhão-real e Águia-calçada, sendo que as cantillans já andavam um pouco por toda a parte e seriamente empenhadas em marcar o seu território :)
A parte mais positiva de tudo isto foi poder partilhar o meu lugar feliz com os meus companheiros de dia-a-dia e também com os de aventuras (FAPAS)! :D Não me lembro de rir tanto há muito muito tempo! Haja gente animada e divertida eheh =D 

Não sei quando haverá mais, mas gostava que fosse para breve! Sendo realista, acredito que não seja tão depressa, já que entretanto começo o meu novo trabalhinho, maaas pode ser que seja uma boa desculpa para estarmos todos juntos :)
Infelizmente há poucas fotos minhas (preguiça e muita gente para tomar conta), mas posso dizer que a Faia está linda! Tudo verdinho e amarelo, com água por toda a parte! Na visita à charca grande fui ainda surpreendida pela resistente presença dos vestígios do meu trabalho, com os tapetes de argila ainda presentes e claramente em uso pelos javalis! Os salgueiros também lá parecem ir pegando e com o tempo vai ser ver esta charca rodeada de vegetação :)

terça-feira, 2 de abril de 2013

Faia Brava: Chegadas

E estava com um post em atraso, por isso cá vem ele =D

O fim de semana passado fui fazer uma visitinha ao meu lugar feliz. Após alguma indecisão sobre ir ou não ir (previsões de chuva e alguma preguiça em fazer tão longa viagem), à última hora lá me convenceram e fiz-me à estrada. A viagem foi grande, sair ás 14h de casa e chegar a FCR por essas 20h, mas como sempre valeu a pena :) 

O eduardo mudou de casa por isso ainda me consegui enganar na rua antes de dar com a casa, mas sem stresses. Lá chegada, fui carinhosamente recebida pelo Anúbis, o cão mais fixe e esperto de sempre! :) Tocar à campaínha, ligar para o telemóvel, gritar pelos pulmões, e nada. Mas havia luz dentro de casa, pelo que segui o anúbis em direcção à porta de entrada, abria-a e entrei à descarada. O eduardo, tal como imaginei, estava no banho, pelo que fiquei a aguardar na cozinha. A nova casa deles era muito fixe :) os azulejos da cozinha estavam recheados de mensagens mais ou menos aleatórias, certamente resultantes de momentos divagantes causados por uma anormal concentração de álcool. Esta gente tem-se andado a divertir :) Não pude deixar de sentir uma certa saudade de fazer parte daquele grupinho, mas é assim a vida. 

Depois do Eduardo estar pronto, seguimos para casa da Bárbara, a nova trabalhadora da atn, para jantar :) e como as pessoas mudam...! quem diria que o Eduardo iria um dia ser quase vegetariano? o que as raparigas fazem às pessoas eheh e o q os rapazes fazem quando se deixam encantar =P pois é :) a sra. Bárbara é vegetariana e conseguiu convencer uma boa parte daquela casa que a comida vegetariana é bem boa :D o que ficou também claramente provado no jantar q estava delicioso :) depois ainda fomos até ao "xP" beber qualquer coisinha e por essas 2h voltamos para casa, sendo q ainda devemos ter ficado até essas 3h a ver fotos de camera trapping :) foi fixe :) deu para por a conversa em dia e receber um update da atn e a sua gestão. As coisas estão diferentes, é um facto. Se para melhor ou pior, o tempo o dirá.

Uma coisa é certa, a Faia Brava continua tão bela como sempre :) saímos por essas 8.30 a fim de estarmos em Algodres ás 9h e depois seguimos a pé até à Reserva. Não havia muito participantes de manhã, pelo que o passeio foi agradável e tranquilo :) eu, o eduardo, um sócio, a irmã do eduardo e as filhas de 9 e 12 anos. Chapins, verdilhões, melros, pardais, chamarizes, tentilhões, pintassilgos, cotovias e toutinegras. Ah como tinha saudades de ouvir esta pronúncias :) Grifos, águias cobreiras, abutres-do-egipto, milhafres. Cucu-cucu-cucu :)

Andei de olho nas cantillans e picanços-barreteiros, mas de manhã não tive sorte. Mas a esperança é a última a morrer e continuei na busca!

Seguimos pelo trilho dos sobreiros e fizemos a visita ao nosso amigo do tempo dos descobrimentos, certamente um dos sobreiros mais antigos do nosso país com mais de 500 anos. Feita a pausa para lanchar, rumámos à Saboia. A chuva decidiu abençoar-nos o regresso, mas ninguém se chateou muito com ela. Preparámos tudo para o almoço e enquanto uns se aconchegaram ao fogo eu aproveitei para ir dar uma voltinha pelas redondeza. Lulullas e tentilhões encheram-me a alma e o verde da paisagem os olhos. Entretive-me a tentar fotografar isto e aquilo, o que envolveu essencialmente fungos cuja classificação desconheço por completo. Embora entretida com os cogumelos, fui interrompida pelo som de uma "mini-sirene" aka trepadeira-azul que me distraiu durante alguns minutos e acabou por me levar de volta à lareira. Os freixos das mesas de piquenique já estão a rebentar e logo logo estarão repletos de folhas e a tornar aquela área fresca e com sombra :)

Seguimos para o almoço, uma sopinha de caldo-verde que não provei (tinha chouriço), e sandes com queijo, alface e tomate, assim como umas doces e saborosas laranjas. O resto do pessoal foi chegando depois de terminarmos e com eles a confusão. Crianças e mais crianças a correr dum lado para o outro, a levantar pedras e a atira-las, assim como a arrancar ervas só porque sim, tornaram tudo mais caótico, mas tentámos manter a nossa calma. Aguardámos com alguma impaciência que todos terminassem de comer e quanto estavam finalmente todos prontos, seguimos em direcção ao pombal da bicha. Segui à frente na tentativa mais ou menos desesperada de não dar a tarde por perdida e conseguir ver/ouvir alguma coisita apesar das constantes correrias e gritos dos miúdos.Vimos alguns grifos pelo caminho, um peneireiro e um grupinho de chapins-rabilongos que deliciou muita gente.


Deslocámo-nos pela grande rota em direcção ao vale e depois desviamo-nos monte acima em direcção ao pombal. Aproveitei para me afastar "da manada" e contemplar a paisagem num cantinho mais sossegado. Já tinha saudades deste vale! Após alguns minutos perdida nas escarpas e nos grifos que por elas serpenteavam e descansavam, foquei-me no meio que me envolvia. Lá em baixo andava um grupo de pegas-azuis para trás e para frente, entretidas na sua vidinha e volta e meia a ralhar umas com as outras. São bichinhos fixes e já tinha saudades de as ver assim. Pousado no topo de um arbusto a poucos metros de mim dei de caras com um bonito macho de Pintarroxo, todo emperuado com o seu peito vermelho vivo. Continuei a varrer a encosta estendida aos meus pés na tentativa (falhada) de encontrar o chasco-preto que por vezes é ali avistado, mas não tive sucesso. Voltei então focar-me nas giestas e arbustos a fim de procurar a toutinegra-de-bigodes. Tinha quase a certeza que já estava por lá, desconfio te-la ouvido uma ou outra vez, mas faltava uma boa observação. E não demorou muito :) Numa pequena azinheira não muito longe, lá andava uma cantillans e os seus bigodes, escondida entre as folhas :) Ainda gritei para o pombal a ver se alguém a via também, mas o facto do vento soprar na minha direcção não ajudou e o bichinho entretanto também se escondeu :)
 
Perdi-me na paisagem durante mais uns momentos e acabei por ir ter com o resto do pessoal ao pombal. Aproveitei para ver mais de perto os ninhos dos grifos e dar uma espreitadela no da águia-real, assim como varrer o vale e a encosta, não fosse ela ou a bonelli andar por aquelas bandas :) 

Tudo farto de ver grifos e decidimos regressar, desta vez pelo outro lado do monte. Passamos pelo alimentador onde toda a gente participou na foto de grupo com a camera-trap e seguimos viagem até à charca. E que jeitosa charca :) algas à parte, há 3 anos que não a via tão cheia...! A água transbordava e seguia caminho pela ribeira da Bicha em direcção ao vale. Esperemos que consiga manter a água durante alguns meses. Para bem dos garranos e do pequeno grupo de vacas maronesas que ainda não tive oportunidade de conhecer! E por falar nelas, fomos informados que nesse mesmo dia nasceu um bezerro eheh

Continuámos a subir em direcção à Sabóia e depois seguimos a pé de volta a Algodres. Pelo caminho cruzamo-nos com um pequeno grupo de garranos, uma das quais com um tímido jovem potro que não se descolou da protecção da mãe. Fui com os olhos colados no topo das árvores e arbustos em busca de um picanço-barreteiro, mas não tive grande sorte. Talvez para a próxima! :) Dia 6 regresso com o FAPAS para mais uma visita à Faia Brava, desta vez de boleia e com companhia :)

De volta a Figueira deixámos a irmã e as sobrinhas do Eduardo em casa e depois de deixarmos o material na sede seguimos para o "xP" enquanto a maioria foi para a reunião de assembleia geral.  Também deveria/gostava de ter ido, mas chegámos tarde e estava cansada... enfim :P fica para a próxima 0:)

No domingo o Eduardo foi fazer de guia novamente, mas dada a falta de espaço no carro para mim, fiquei por casa. No entanto, levantei-me cedinho para ir passear até Castelo Rodrigo. O dia estava terrível, vento e chuva foram constantes, mas apesar de tudo deu para ver meia dúzia de coisinhas. Ainda na cidade, muitas andorinhas andavam atarefadas a construir os seus ninhos, não falando nos verdilhões, pardais e muitos estorninhos. Logo à saída, numa vinha, andava um bando de tentilhões e outro de pegas-azuis. Monte acima muitos chapins e trepadeiras (azul e de dedos :P) e na volta... Lugres! Foi fixe :) O resto do dia foi ao pc a ver a chuva a cair e de volta dos meus dados. Só fiquei com pena que o Anúbis tivesse ido com o Eduardo em vez de me fazer companhia eheh mas pronto :)



No fim de semana há mais Faia Brava...! =D


domingo, 3 de março de 2013

Serra da Estrela

Sunday, 9am, warm sunlight slowly awakens me from my rest :)

It's been quite sometime since I last slept without an alarm clock...! These last few weeks have flown by and it feels great to finally be able to stop for a while. Under the blankets of my cold room I feel comfortable and in peace. Outside seagulls cross the bluish sky in risky flying maneuvers.  It's so nice to live by the sea :) My mind inevitably wanders to unwanted realms. It's impossible to tell yourself not to think about something without thinking about it. I guess only time can help me with this one. In the meantime I try to get busy, find time for me and for things I enjoy. Not that I didn't use to do that before, but now I can finally enjoy it on my own without wondering how nice it would be if this and that. Life without 'ifs' is so liberating.  

Saturdays have been filled with ringing sessions in Gaia. Although I haven't gotten any new species lately, it's always nice to go there and handle a couple of birds. It's the only real excitement I have during my whole week, what can I say?! Being stuck in the lab is not exactly my dream job, but a woman's gotta do what a woman's gotta do! 

Last Sunday though, me and a couple of friends went to Serra da Estrela for a walk. It was great to be back on a mountain again :) to walk up and down the valleys and enjoy the greatness and strength of Nature! It had been a while since I last saw snow as well, so I felt like a little child ready for christmas! :D We started by walking down to the Zezere Valley and eventually climbed and walked down again to the Candeeira Valley. As we gained altitude to return to our starting point, snow covered the ground and sometimes formed amazing crystal-like carpets. Fox footprints could be seen on the snow every once in a while, and once even helped us finding our way...! :) I kept the binoculars with me all the time, but unfortunately I couldn't see anything out of the ordinary. Even on the Zezere valley all I could find were Wrens, Blackcaps, Great-tits, Blackbirds and a Buzzard that crossed the skies. The walk was more than worth it though and although I couldn't see what I wanted, I kept my faith that I would see it next time...

And I did! Thursday I went back to Serra da Estrela, this time with FAPAS to help planting some trees, and during our free time in the afternoon, near the Long Lagoon, there they were... 3 Snow bunting (Plectrophenax nivalis) to brighten my day! This second trip was a lot of fun ^^ The people were great and it had recently snowed, so I couldn't have asked for anything else! Except perhaps a Alpine accentor (Prunella collaris), but I guess that will have to wait =P

This Saturday beside ringing I went to the lab to help cleaning up the freezer, which took us the whole afternoon, and today...well today I did nothing ^^ Tomorrow there's more lab for me, but hopefully it will end soon enough!


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Bats #5 - Abrigos de hibernação

   Devagar devagarinho, tenho vindo a dar os meus passinhos no mundo dos morcegos. Comecei por pura curiosidade. De quem gosta de bichos, mas os desconhece por completo. Não posso dizer que saiba grande coisa sobre estas fascinantes criaturas, mas sei sem dúvida mais que há coisa de 1 ano e meio :P 
   Tenho sido acolhida pelo grupo de morcególogos do cibio como talvez nunca tenha sido recebida em lado algum. Entusiasmo e diversão não faltam, assim como toda uma humildade no passar e discutir de conhecimento que sem dúvida me atrai. Tanto que a cada saída fico com mais vontade de "repetir a dose" e mais recentemente comecei seriamente a ponderar trabalhar com estes bichinhos. A química do grupo é aliciante, não há cá individualismos, mas sim todo um espírito de equipa e inter-ajuda que começa pelo próprio "chefe" e se prolonga aos seus "filhinhos emprestados". As coisas são feitas com pés e cabeça, planeadas com cuidado, e com a procura e sugestão de soluções alternativas para os problemas por todos os elementos. Pela menos, é isso que vejo "de fora".
   Pessoas à parte, os morcegos são criaturas engraçadas :) completamente diferentes de tudo o resto, são sem dúvida interessantes e com muito ainda por descobrir :) não sei... a ver vamos :) por este ano, se tudo correr bem, andarei atrás deles entre Abril e Outubro, 2 a 3 semanas por mês. Os horários são-me um pouco contra-natura já que sou sem dúvida uma pessoa de hábitos diurnos. Dormir de dia e trabalhar de noite nunca foi bem o meu ritmo, mas é tudo uma questão de hábito suponho. Uma coisa é certa, vou estar a viver onde há muito quero (trás-os-montes), e a fazer uma coisa que me dá bastante prazer (apanhar bichos). Melhor acho que era difícil! :) Além que oportunidades destas não devem surgir várias vezes na vida e há que tentar ao máximo agarra-las!
   Esta semana tive então o prazer de passar mais uma semana no campo atrás de pseudo-ratinhos com asas! O objectivo desta vez não foi capturar morcegos-rabudos, mas sim efectuar contagens gerais nos abrigos de hibernação de importância nacional, assim como anilhar algumas espécies. Foram dias a caminhar de galochas de perna inteira e frontal a iluminar o caminho em grutas e principalmente minas abandonadas. Foi giro :) Desde rastejar em buracos para poder progredir em locais de derrocadas, a seguir túneis irregulares e inundados onde outrora se extraiu minério. No primeiro dia Brunhozinho e Carviçais, com grandes colónias de Morcegos-de-peluche (Miniopterus schreibersii), no segundo, Ferrominas com a maior colónia conhecida em Portugal de Morcegos-de-ferradura-mourisco (Rinolophus mehelyi) e também muitos Morcegos-de-ferradura-mediterrânicos (Rhinolophus euryale), e Monte da Mua com algumas centenas de Morcegos-de-ferradura-grande (Rinolophus ferrumequinum), assim como alguns Morcegos-de-ferradura-pequeno (Rinolophus hipposiderus), Morcegos-de-franja (Myotis escalerai) e Morcegos-lanudo (Myotis emarginatus). No terceiro dia mais uns quantos ferraduras, alguns Myotis escondidos em buracos na rocha, e para muita felicidade de um dos membros da equipa, um Morcego-orelhudo-castanho (Plecotus auritus)! eheh

Para além de tudo isto ainda tivemos neve nos primeiros dias de manhã, que deram todo um outro espírito à coisa, e permitiram alguns momentos mais tolos e divertidos!! ^^ Foram dias para repetir (espero) para o ano!

Agora é dormir, que amanhã de manhã há captura de coisinhas com penas no Parque Biológico de Gaia, com o GVC :D
 


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Faia Brava Fest

6ª-feira, 19 de Outubro, 14:10 - mais uma vez de mochila ás costas e à espera de um autocarro! :D 

Desta vez o destino final foi nada mais nada menos do que, o meu tão estimado cantinho, a Reserva da Faia Brava! Embora confirmado um tanto para o em cima da hora, o evento que ía ocorrer era o Faia Brava Fest, e tinha tudo para ser um fim de semana em grande! :D Combinada a boleia até Algodres, só tive de me deslocar até Coimbra de autobus e depois seguir agradavelmente de autocaravana com alguns membros do aficionado grupo de anilhagem  PADA e colaboradores (para fotos do fim-de-semana espreitem aqui). O jantar foi on the road e chegados à Faia Brava, já bem depois do anoitecer, fomos recebidos pelo António Monteiro que estava bastante entretido a manter uma bela e calorosa fogueira, que rapidamente nos tirou a vontade de dali sair e montar o material. Mas... a man's gotta do, what a man's gotta do e lá fomos nós armados de frontal na testa, varas, estacas, cordas, e redes, a fim de preparar tudo para um dia de anilhagem...! A trupe era grande e o terreno já era para alguns mais ou menos familiar, pelo que algumas redes foram montadas em locais já usados nos anos anteriores, enquanto outras ficaram por montar de manhãzinha, quando a luz já nos deixasse ver alguma coisita. A noite não estava tão fria como pensei que estaria e até fomos brindados com um simpático céu estrelado, daqueles que só se vê nos cantinhos mais remotos, sem a poluição luminosa das grandes cidades, assim como com meia dúzia de estrelas cadentes :) Ainda assim a dormida não foi especialmente agradável, frio e pessoas "a respirar" (que é como quem diz a roncar) não me deixaram ter um sono contínuo, mas nada que me tenha tirado a boa disposição pela madrugada :) 


06:30 e os despertadores foram tocando pelo acampamento. Ainda não eram 06:45 e já estávamos todos reunidos, de sacos ao ombro ou nos bolsos e furlers na mão, a fim de abrir as redes e montar as restantes. Tudo aberto e montado e num dos olivais fomos logo brindados com muitos chapins-rabilongos, azuis, chamarizes, alguns piscos, toutinegras, tentilhões, e sei lá mais o quê. Not bad for a start. A manhã foi passada a processar bichinhos e a ir às redes. Escrevedeira-de-garganta-preta (Emberiza cirlus) foi o bichinho novo da manhã para mim, embora também me tenham passado pelas mãos uma petinha-dos-prados (Anthus pratensis) e um picapau-pequeno (Dendrocopos minor). Antes do almoço a libertação de um grifo com o Ricardo Brandão para os elementos interessados, e paparoca na Sabóia sob a agradável sombra de uns belos freixos. Deu para colocar a conversa em dia com o sr. António e perceber bem que para aqueles lados não me safo, pelo menos não com a ATN. A minha única esperança de me mudar para o interior reside agora numa candidatura a doutoramento. Enquanto houver vontade há esperança :) As redes ficaram abertas o dia todo, por isso logo a seguir ao almoço recebi o 2º bicho novo do fim-de-semana, uma cotovia-arbórea (Lullula arborea) :) a tarde foi passada a visitar redes (algumas bastante agradáveis :P ), a tratar dos bichinhos e a desmontar as linhas menos "produtivas", enquanto a maioria dos elementos do grupo foi dar um passeio pela reserva. Apesar da vontade e do esforço, melros-azuis nem vê-los, mas pronto. Ao cair do dia, antes de fechar as redes, ainda recebemos mais  umas dezenas de bichos, entre os quais uns chapins-de-crista (Lophophanus cristatus) que embora já tivesse visto na mão, nunca lhes tinha oferecido uma pulseira de metal e que foram portanto a 3a sp. nova do meu fim-de-semana ^.^ Já depois do por-do-sol ainda fomos  montar redes num cantinho ali perto e uma outra para bichos grandes, que acabou infelizmente por não render nada. O serão foi passado à volta duma fogueira, a falar disto e daquilo, e com o sr. Paulo normalmente a dominar a conversa. O mais giro para mim mesmo, quando contacto com ele, é ver o orgulho com o qual normalmente fala do seu menino de ouro :) orgulho esse que, verdade seja dita, não consigo também deixar de sentir ao ouvir falar dele :)

A noite foi agradável e desta vez bem dormida. Para além de ter a caravana só para mim, tinha 2 sacos de cama extra que me deixaram dormir mesmo mesmo quentinha :)) O pior mesmo foi a coragem de madrugada para sair do quentinho, mas nada que tenha demorado muito tempo a resolver! Pouco depois já estávamos todos novamente reunidos a fim de abrir as redes e na primeira ronda, para começar bem o dia, nada mais menos nada menos do que um noitibó-de-nuca-vermelha (Caprimulgus ruficollis)! Foi ver uma certa pessoa a correr para as redes a tentar evitar a suposta fuga dum melro, e vê-lo de repente a mudar de trajectória e a sair dali com um grande sorriso no rosto :) bem que o tínhamos ouvido na noite anterior :) o resto da manhã foi bastante tranquilo e o ponto alto para mim foi mesmo na última ronda, após ter reclamado da falta de pegas-azuis (Cyanopica cyanus) e de elas terem passado no local onde pouco antes estava uma rede, duas delas terem caído na linha que tínhamos um pouco mais à frente :D embora uma ainda tenha fugido da rede, a outra não teve tanta sorte :) felizmente, a maioria dos presentes já tinha anilhado um bitchinho destes e eu pude ter a honra de a processar. Tenho a dizer que é um animal mesmo fixe :) são lindas! E a meu ver podiam muito bem ser apelidadas de "os papagaios do mediterrâneo" eheh :D

Tenho que admitir que depois da pega-azul, o meu dia/fim-de-semana ficou mais que ganho :D Ainda não estou bem em mim, e é estranho pensar como tudo isto tem evoluído, mas começo a aperceber-me que é difícil não se ganhar o bichinho da coisa...! Após 1 ano de anilhagem "desportiva" acho que posso dizer que evoluí x) mexer nos bichos e tira-los da rede deixou de ser o bicho de 7 cabeças que era (nada como o tempo para o ganho de confiança), e embora ainda seja um tanto para o lenta e muito nabinha, já estive bem pior suponho :P

E assim foi o meu fim-de-semana :) depois de tudo arrumado e almoço comido (carninha na brasa para os carnívoros e salada de feijão-frade para mim), e alguma indecisão (ficar por Figueira uns dias ou não ficar heis a questão!), lá abalei com os PADA e companhia até Coimbra. Para acabar bem o dia ainda houve saldamento de dívidas no McDonalds e depois foi dormir até casa eheh =P

Agora tenho que me dedicar à apresentação da tese (e cheira-me que fazer um poster)... mas falta a coragem! Ontem ainda fui até à Tornada e consegui (não que o mérito seja meu), apanhar um bichinho ainda mais azul que a pega, um guarda-rios (Alcedo atthis) :D Hoje está de chuva por isso não há anilhagem para ninguém, mas sou capaz de dar mais uns pulinhos à Tornada de vez em quando :)

domingo, 14 de outubro de 2012

Sabor

 E estou regressada de 2 semanas bem passadas em Trás-os-montes no que eu consideraria um misto de férias e trabalho...! Foram dias/noites bastante agradáveis entre vales e montes do Sabor e afluentes, e que serviram mais uma vez (já lhes perdi a conta) para confirmar que é mesmo em Trás-os-montes/Beira-alta que eu quero viver/trabalhar. A possibilidade de por lá poder fazer doutoramento é algo que sem dúvida me atrai, e se tiver que me meter em doutoramento para poder ficar por lá, assim será. Sinto no entanto que ainda me falta alguma bagagem para me meter num doutoramento... gostava de saber bem mais sobre estatística e modelação antes de planear tal aventura. Isso e mais alguma prática de campo. O doutoramento é suposto ser um projecto pessoal, gostava que fosse algo construído por mim, desde a ideia, aos métodos e à estatística. A leva-lo para a frente gostava de me sentir capaz em todas as etapas e não cair novamente no esquema em que os orientadores é que sabem/decidem sobre aspectos fundamentais do meu trabalho. Daí que preferia não me precipitar para já e enveredar tanto quanto possível para trabalhos mais temporários que me permitam solidificar algumas ideias/conhecimentos. O problema é que as oportunidades não se perpetuam no tempo, e normalmente é preciso agarra-las no momento certo, ou correr o risco de as perder para sempre. E isso torna tudo mais complicado. Mas uma coisa de cada vez suponho. Por agora estou mais ou menos de férias :) o futuro a curto prazo é voltar para o laboratório a fim de terminar o dataset da malária e preparar a defesa da tese. Depois disso... logo se vê :) Por agora não estou muito preocupada... com o que vou receber ao voltar para o lab consigo aguentar-me durante algum tempo, mas no entretanto vou-me candidatando a coisas que me interessem :)

Esta viagem ao Sabor foi a mais longa e a mais fixe das que fiz anteriormente...! Embora não tenhamos tido muitas capturas por noite, o facto de já poder mexer nos bichos contribuiu bastante para o meu entusiasmo eheh :D são tão fofiiinhos :) o lançamento do tadarida (nova modalidade olímpica que envolve o lançamento de um morcego-rabudo ao ar a fim de ele ganhar altitude e voltar á sua vidinha) é algo que ainda tenho de praticar, mas dificilmente virei a bater o campeão da modalidade, auto-intitulado como rei dos Cerejais. É muito parvoíce junta eu sei :) mas se assim não fosse, não teria metade da piada =) Foram muitas estrelas cadentes, muitos por e nascer do sol e também da lua, e algumas horas perdida no espectáculo de luzes projectado na imensidão do céu e a indagar sobre a minha insignificância. Foram fins de tarde à procura de lontras (sem sucesso), e muitos caminhos percorridos de noite com a ânsia de nos cruzarmos com um qualquer mamífero selvagem (também ainda não foi desta que vi texugo). Mas pela primeira vez ouvi bufo-real e vi chasco-preto em território nacional...! Já não foi mau :) a somar a isso ainda se apanhou um andorinhão-real (que fez o favor de me espetar a ponta de muitos dedos), uma andorinha-das-rochas e 2 pardais-franceses (sp. 51 p mim...!) graças a um certo parvinho com mais sorte que juízo, que quando se foi embora levou com ele os bichos e o calor, deixando-me a mim e ao Francisco com uma semana de chuva, noites frias, e poucas capturas. Ficou a promessa de voltar para os abrigos de inverno e provavelmente para o ano para mais uma época de campo =D ás vezes dou por mim a pensar que me sentiria mais realizada como ajudante do que como investigadora... é assim tão mau assumirmos que temos mais jeito e somos mais felizes como personagens secundárias do que principais? porque é que isso há-de ser menos glorioso e digno se é o que nos faz sentir bem? nunca gostei da pressão e responsabilidade de um cargo principal... prefiro dar suporte e apoio a alguém. Enfim... talvez eu não regule realmente bem. Não sei.

 

O balanço das duas semanas foram 100 e tal novos bichos marcados, dezenas de recapturas, e muitos tubinhos com cocós e pêlos a fim de estudar a dieta destes animais caricatos e os seus hábitos migratórios (ou a falta deles). 



Até para o ano Sabor...!