Ou "Síndrome da Irmã mais velha". É uma coisa que me atinge gravemente. Não necessariamente com crianças, mas com qualquer pessoa. É uma necessidade inexplicável de oferecer protecção, ajuda e confiança. Tudo começou quando completei 9 aninhos de vida. Lembro-me como se fosse hoje. E foi crescendo. Expandindo-se inconscientemente. Não se trata da vontade de ter filhos nem nada que se pareça (gee... no way). Simplesmente de proteger. Vá-se lá perceber estas coisas femininas que nos atingem involuntariamente. Estava eu pela primeira vez a deliciar-me no McDonalds e a divertir-me à brava no "labirinto" do playground, quando vejo o meu querido irmão de 4 anos (peste inaturável na altura, mas sem o qual a minha vida não seria a mesma) a ser bullied (loool) por uns tipos mais velhos, que é como quem diz a passarem-lhe à frente. Ora qual é a reacção da Vanessa a tal abuso? Nem sei bem, mas os rapazitos se calhar até tinham um aninho ou dois a mais que eu. Como qualquer irmã mais velha que se preze, fui perguntar aos meninos que era isto de andar a passar à frente das pessoas. O respeitinho é muito bonito e eu gosto. Vamos lá ver se é preciso eu me chatear, que é como quem diz ir chamar os meus pais (loool eu já era uma pessoa muito má na altura =P ). Enfim. Coisas que já lá vão :) A verdade é que não gosto, nem nunca gostei, primeiro que me passem por cima e segundo por cima dos outros. Também não gosto que falem de mim nas costas, mas sim que me digam o que têm a dizer na cara. Seja lá o que for, para o bem e para o mal, terei muito gosto em saber. A frontalidade é bonita de se ver. Mas isso são outras conversas. Voltemos ao tema. Ah, o instinto maternal. Pois é, hoje fui abordada no metro por um rapazito, homem feito miniatura, de telemóvel no bolso, talvez com os seus 10 anos, maybe pouco mais? Não importa :) queria saber como fazer para ir para a Póvoa. Pois muito bem, depois de ter pensado no que estava uma pessoa daquele tamanho, sozinho, ofegante e de mochila ás costas a fazer no metro, decidi não fazer perguntas, levantei-me, dirigi-me à maquinazita e expliquei-lhe cuidadosamente o que fazer. Fiz questão de o alertar para guardar o cartão de forma a não ter que comprar outro da próxima vez que quisesse viajar no metro, fiz questão de lhe explicar que o próximo metro só chegava dentro de 12 minutos (ai ai...), assim como que a Póvoa era a última estação, pelo que ele não precisava de se preocupar com a saída. Tempo de espera e tal, fico a saber que foi para uma qualquer escola em Mindelo e agora ía voltar para casa. Chega o metro. A disponibilidade de lugares leva-me eventualmente a sentar-me em frente ao rapazinho. Vou a ouvir música, mas não consigo deixar de o avaliar durante o caminho. Interrogo-me o que vai naquela mente ainda jovem. Que consciência da vida terá alguém com tão tenra idade? Coisas estúpidas lidas num qualquer blog sob a razão dos rapazes serem mais imaturos do que as raparigas e mais divertidos, vêm-me à cabeça. Questões mais existenciais sobre como é a perspectiva masculina do mundo também se atravessam na minha mente. Não consigo ter qualquer ideia, ultimamente tenho-me debatido um pouco com essa questão, mas no fundo (bem bem no fundo) tento acreditar que não será assim tão diferente. Lá estou eu a divagar outra vez. Voltemos à história. Chegamos à Póvoa e aviso-o que é ali a saída. Pergunto-lhe se a partir dali sabe o caminho para casa (--> instinto em acção) e recebo um "agora é só apanhar o autocarro e estou em casa, eu moro em A Ver-o-mar". Pois é. Parece que o rapazito vai para os mesmos lados que eu. Apressamos o passo para o autocarro, mas o facto de ser sexta-feira e de haver sinais de bom tempo para o fim-de-semana deve ter levado as pessoas todas a entupir Póvoa, pelo que só lá para as 18:55 é que o autocarro consegue chegar. O miúdo leva a viagem a contar as moedinhas que tem na mochila e a comentar comigo que assim é muito mais barato. Ao que parece pagou 10 euros de táxi de manhã para conseguir chegar á tal escola. Isto porque a senhora foi simpática e como ele só tinha 20 e ainda precisava de voltar, não lhe cobrou os supostos 15 euros. Satisfeito com os seus 7 euros de sobra, acaba por sair na paragem antes da minha e vai à sua vidinha. Eu sigo mais meia dúzia de metros e também vou à minha. Moral da história? Nenhuma :) Eu é que tenho a mania de dar atenção a coisas sem interesse nenhum e interrogar-me sobre o seu significado.
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