(Atenção!!! Post perigosamente longo com cerca de 5 páginas! Depois não digam que não avisei...)
Regressada viva e inteira de Marrocos (contra os prognósticos de algumas pessoas =P ) aqui estou eu a tentar relatar por meias (muitas) palavras os acontecimentos das últimas semanas. Deveria provavelmente esperar por fotos de outras pessoas, já que as minhas são escassas, mas pronto. Ninguém me mandou ser preguiçosa.
Regressada viva e inteira de Marrocos (contra os prognósticos de algumas pessoas =P ) aqui estou eu a tentar relatar por meias (muitas) palavras os acontecimentos das últimas semanas. Deveria provavelmente esperar por fotos de outras pessoas, já que as minhas são escassas, mas pronto. Ninguém me mandou ser preguiçosa.
Terça-feira, 3 de Maio, depois de anunciadas as não medidas do acordo com a troika e da barriguinha cheia com o jantar feito pela minha mãezinha, lá seguimos nós os 3 (que é como quem diz eu, o sr. orientador - aka ricardo, e o sr. sortudo) para terras estrangeiras. O timing não podia ser melhor. O sergei ficou-se por casa com uma valente dor de costas e nós fizemo-nos á estrada que a malfadada partida já tinha sido mais do que adiada. A viagem foi longa (para uns mais do que outros), mas surpreendentemente até consegui manter-me acordada durante algum tempo. Passada a fronteira com espanha a coisa já mudou de figura e a luta contra o sono foi constante. No final das contas acabei por me render sob o pretexto de que alguém iria ter que conduzir no dia seguinte (as desculpas que uma pessoa arranja para si própria ^^) e ás 7.30 da matina já estávamos em Tarifa prestes a embarcar no ferry para Tanger. Um pouco diferente do que já tinha andado em Manaus, em que basicamente ía tudo ao ar livre, este era composto por um andar para os automóveis e um outro repleto de salas e cadeiras para o pessoal desfrutar da sua viagem sentadinho e confortável. O ricardo aproveitou para dar umas pequenas tréguas ao sono e eu para chatear uma certa pessoa :) Chegados a Tanger tivemos que passar o serviço de fronteiras (sequiiinha) e depois de papeis preenchidos, passaportes checkados e carro inspeccionado lá nos deixaram passar. A cidade era diferente. O trânsito era meio maluco (ainda não tinha eu visto nada) e os sinais escritos com coisas esquisitas, as casas um tanto para o diferentes quase sempre inacabadas, mas o que chamava mesmo mais a atenção eram as dezenas de taxis azuis que pareciam estar por toda a parte. As primeiras paragens foram no banco para trocar dinheiro, supermercado (azeitonas de todas as formas e mais algumas e as mais variadas especiarias expostas que nem fruta foram uma visão curiosa) e para começar bem uma insistente busca por um local para arranjar um pneu que decidiu não colaborar e deixar escapar ar. É assim a vida. Depois de muitas voltas lá conseguimos quem tratasse dele por uns meros 2 euros :)
Preparados para a viagem seguimos agora caminho para sul, em direcção a Marrakech. A meio ainda passei eu para o volante (afinal o soninho ainda serviu para alguma coisa) para o ricardo poder descansar um bocadinho e o sr. preguiçoso continuar a dormir =P Marrakech é grande, as casas todas em tons muito ocres da cor da terra e a paisagem envolvente constituída por montes despidos de qualquer vegetação, apenas com palmeirais já junto á cidade. É uma terra agreste tenho a dizer. Pessoas a recolher extensões gigantes de cereal com uma foice na mão dão-nos a perceber que a vida para estes lados não é propriamente repleta de facilitismos. Voltinha de carro pela cidade e a primeira refeição marroquina foi tudo menos marroquina, mas pronto, soube bem uma fastfood da pizza-hut xD Depois duma longa conversa do Ricardo com o sr. responsável pela permit para apanharmos bichinhos, seguimos á busca dum local para pernoitar. Lugares carotes ou sem quartos triplos acompanharam-nos um pouco ao longo de toda a viagem, mas lá arranjámos um sitiozinho simpático. De manhã iniciou-se a observação de bichinhos novos que só terminou no último dia da viagem. Andorinhões esquisitos e pequeninos (Apus affinis), pseudo-melros (Pycnonotus barbatus) e emberizas pardalescas (Emberiza sahari) foram os primeiros bichinhos do dia (caso não me falhe a memória) observados ainda em ambiente urbano. Planeados os próximos passos da viagem seguimos ainda mais para baixo em direcção á costa sul do alto Atlas.
O caminho? Fantástico =) Nada como uma boa estrada de montanha! Vales com galerias ripícolas verdejantes não faltaram. Isso e aldeias da cor da terra perdidas no meio da paisagem. Numa das várias paragens fotográficas fomos surpreendidos por um bando de centenas de gralhas de bico amarelo (Pyrrhocorax graculus) que por ali andava e que pôs á prova a habilidade fotográfica de todos os presentes, embora no meu caso por muito que tentasse não passavam de bichinhos pretos com asas a esvoaçar xD Lá pela hora do almoço, depois de passarmos uma pequena aldeia, que se avista num pequeno monte de pedras junto á estrada? Oenanthe leucura, que é como quem diz chasco-preto. Raios, é preciso vir para marrocos para ver uma (várias) coisinha destas. Paragem obrigatória, montagem de armadilhas, chamamentos e almocinho enquanto os bichos se decidem. Eventualmente lá nos fez a vontade e pronto :) bichinho apanhado, anilhado, medido, espetado, fotografado e libertado =P tenho a dizer que são giros :) Tralha toda arrumada, fazemo-nos novamente á estrada. Sempre a subir passamos os 2000m de altitude só para voltarmos a descer. Pelo caminho ainda deu para ver meia dúzia de muflões e alguns javalis, assim como algumas vistas engraçadas.
A descida foi uma bela aventura com condutores marroquinos a subir a toda a velocidade e sem se preocuparem minimamente com o facto da estrada ser um tanto para o estreita. Nós que nos desviamos se queremos. Eles não se chegam nem ás bermas. Ai ai. Os olhos andaram sempre atentos a possíveis locais para montar redes, mas as condicionantes eram muitas. Ou o terreno era demasiado inclinado, ou não tinha acessos, ou tinha marroquinos a mais. Não foi fácil. Um local acessível, relativamente plano e com vegetação estava normalmente repleto de pessoas. Podia parecer o mais remoto possível, mas alguém haveria de passar. It's true O.o
O caminho? Fantástico =) Nada como uma boa estrada de montanha! Vales com galerias ripícolas verdejantes não faltaram. Isso e aldeias da cor da terra perdidas no meio da paisagem. Numa das várias paragens fotográficas fomos surpreendidos por um bando de centenas de gralhas de bico amarelo (Pyrrhocorax graculus) que por ali andava e que pôs á prova a habilidade fotográfica de todos os presentes, embora no meu caso por muito que tentasse não passavam de bichinhos pretos com asas a esvoaçar xD Lá pela hora do almoço, depois de passarmos uma pequena aldeia, que se avista num pequeno monte de pedras junto á estrada? Oenanthe leucura, que é como quem diz chasco-preto. Raios, é preciso vir para marrocos para ver uma (várias) coisinha destas. Paragem obrigatória, montagem de armadilhas, chamamentos e almocinho enquanto os bichos se decidem. Eventualmente lá nos fez a vontade e pronto :) bichinho apanhado, anilhado, medido, espetado, fotografado e libertado =P tenho a dizer que são giros :) Tralha toda arrumada, fazemo-nos novamente á estrada. Sempre a subir passamos os 2000m de altitude só para voltarmos a descer. Pelo caminho ainda deu para ver meia dúzia de muflões e alguns javalis, assim como algumas vistas engraçadas.
A descida foi uma bela aventura com condutores marroquinos a subir a toda a velocidade e sem se preocuparem minimamente com o facto da estrada ser um tanto para o estreita. Nós que nos desviamos se queremos. Eles não se chegam nem ás bermas. Ai ai. Os olhos andaram sempre atentos a possíveis locais para montar redes, mas as condicionantes eram muitas. Ou o terreno era demasiado inclinado, ou não tinha acessos, ou tinha marroquinos a mais. Não foi fácil. Um local acessível, relativamente plano e com vegetação estava normalmente repleto de pessoas. Podia parecer o mais remoto possível, mas alguém haveria de passar. It's true O.o
Anyway... chegados ao sopé do Atlas a paisagem mudou bastante. A vegetação parecia um montado, não de quercus mas sim de argan, completamente sobre-explorado (embora não fosse esse o caso, apenas aridez a mais suponho), com o solo limpo e apenas meia dúzia de árvores espalhadas pelas encostas. Nas zonas planas, extensões enormes de cereal rasteiro e esparso espalhavam-se por toda a área. Ninguém chegou a perceber muito bem se aquilo era mesmo cultivado ou não, mas enfim. Com o dia a aproximar-se do fim continuámos a nossa busca por um possível local para montar redes. E encontrámos :) Problema? Pessoas. Mas como não encontramos alternativa viável, ali teve que ser. Voltamos para trás para não acampar tão perto da aldeia e no dia seguinte lá fomos nós. A 1a noite de campismo foi um tanto para o engraçada. Depois de ter sido gozada pelo tamanho e idade da minha tenda, assim como pelo trabalho que ela dá a montar, passamos ao jantar. Aqui tivemos a companhia de dezenas de insectos e formigas atraídos pelas nossas luzes, assim como dum sapito que decidiu dar o ar da sua graça. Na ida ao wc um possível leirão alegrou-me a volta e tive uma noite bem dormida :) De manhã fomos acordados por uma galerida que achou já estar na hora de se por a cantar e fez o favor de não se calar mais durante o resto do tempo. Pequeno almoço tomado e tenda arrumada, siga que se faz tarde. A neblina reinava os arredores, mas não nos deixámos intimidar :) E ainda bem. Este foi o dia mais produtivo da viagem inteira, com mais de 50 bichos processados e mais não sei quantos que se tiraram da rede e se soltaram. Foram caindo nas redes continuamente e mais depressa do que a nossa capacidade de tratar deles. Eventualmente teve que se fechar as redes pois já não tínhamos sacos para tanta coisa e ainda conseguimos ficar até depois das 6 da tarde para os soltarmos a todos. Não sei se me recordo ao certo do que caíu, mas... picanço-barreteiro, rola brava, pintassilgos, pardais domésticos e espanhóis, verdilhões, tentilhões, melros, polyglotas, cercotrichas, melanocephalas, galeridas e provavelemente mais coisas que não me vêm agora á cabeça foram alguns dos bichos que decidiram colaborar. Tralha arrumada e siga viagem.
Voltamos para a montanha para tentar bichinhos desta vez num ambiente mais florestal e menos agrícola. Estrada acima ficamos acampados numa zona de pinheiros e o esquema repetiu-se. Montar tenda, jantar, dormir, montar redes e esperar. Este foi um dia longo... os bichinhos não colaboraram muito... e os períodos de espera entre ir ás redes foram um tanto para o secantes, principalmente quando a expectativa de lá encontrar alguma coisa começou a descer consideravelmente. Mesmo assim acho que ainda chegámos aos 15 bichos e houve até quem tivesse feito uma espécie nova já no final do dia com um pombo torcaz. Ah! isso e um outro bichinho muito engraçado, dum dos meu grupos preferidos, sylvia deserticola =) Horas mortas á parte e o dia nem foi muito mau. Parus ater e major, assim como fringilla foram caindo nas redes e ainda deu para dar uma voltinha até perto da aldeia e ver mais um oenanthe leucura, umas dauricas e uma cia. Podia ser pior. Ao cair do dia seguimos viagem e passámos a noite num simpático hotel com um ninho de daurica no tecto. Para começar bem a ronda gastronómica só havia comidinha vegetariana (oh que xato), mas dada a hora tardia já não tinha grande apetite e cerca de metade ficou no prato. A sala de refeições era no entanto caricata, coberta de tapetes por toda a parte (chão e paredes), com sofás em cimento, mas todos almofadados. O banhinho antes de ir dormir soube-me mais que bem e os que me seguiram na manhã seguinte não tiveram tanta sorte =P A falta de electricidade deve ter dado cabo da água quente e houve gente a tomar banho geladinho =PP
Já o pequeno almoço foi bastante agradável para toda a gente, com uma bela paisagem para desfrutar. O dia foi passado a andar de carro, agora com rumo ao médio atlas, que é como quem diz para norte, e tenho que admitir que dormi uma boa parte do caminho inicial. Metidos outra vez em caminhos de montanha, ao menos estes eram bem alcatroados e suficientemente largos. Almoçámos rapidamente num vale, com um miudo a olhar para nós á espera que lhe calhasse alguma coisa e continuamos agora montanha acima e montanha abaixo e montanha acima. Andamos ás voltas á procura de um novo local para anilhar e depois de achado um belo trilho com umas condições circundantes bastante acolhedoras, montamos o estaminé. Como ainda tinhamos alguma luz puseram-se de pé logo algumas redes que renderam logo 3 bichinhos e no dia seguinte montaram-se mais 2 ou 3 e as armadilhas. A zona era muito gira, com um solo vermelho a contrastar com o verde forte da vegetação, as zonas douradas de cereal a darem um toque mágico á coisa, e a montanha nevada no topo no horizonte um quê de fantástico. Deve ter sido o local onde mais gostei de acampar e (apesar do sol e depois da chuva) de passar o dia. Os bichinhos não foram tantos como no primeiro dia, mas as espécies foram outras :) Aqui apanharam-se bastante sylvias (o que deve ter contribuído para o meu apreso por este lugar), algumas das quais andava ansiosa por ver :) Sylvia hortensis e conspicillata (fora as deserticola) foram as meninas do dia. Isso e um bichinho que penso até termos apanhado logo no primeiro dia, mas que aqui caiu com frequência, o Phoenicurus moussieri, ou rabirruivo-mourisco. Fora isso, fomos presenteados com um chapim-azul, que em marrocos são mais bonitos a meu ver, e um belo lagarto numa das armadilhas, fora outra tralha mais usual. A tardinha foi ameaçada pela chegada da chuva que nos fez recolher e arrumar tudo assim um bocado á pressa, mas sem realmente nos molhar. No entanto, já no caminho de regresso vimos que tinhamos saído á hora certa, pois mais horas de chuva e talvez não tivessemos conseguido passar uma ponte pela qual corria agora água.
O caminho para fora da montanha tenho que reconher que não me lembro de grande parte dele pois o sono abateu-se sobre mim. Tanto quanto me contaram os trilhos foram giros (que é como quem diz perigosos) e até foi preciso ligar a tracção. Não me recordo de nada =) Acordei já depois de passada a emoção e fui a apreciar as vistas e a pensar na vidinha o resto do caminho. Já á noitinha chegámos a Beni Mallal onde parámos para dormir. O hotel não era grande coisa, mas nem me queixo muito, tinha uma cama e uma casa de banho com água quente por isso serviu perfeitamente. Antes de irmos dormir ainda fomos procurar um sítio para comer pelo que andamos a vaguear um pouco pela cidade. Na rua, pessoas por todo o lado, com as lojas a começar a fechar já ás dez da noite. Nos cafés, homens, e apenas homens, a beber os seus chazinhos. Depois de entrarmos em alguns locais que já não estavam a servir refeições, acabamos por encontrar um pseudo-ramona, versão marroquina, que servia refeições relativamente rápidas até tarde. Saladinha para a je, e espetadas com batatas fritas para os restantes. Deu para encher a barriga. Já cansados e com sono (pelo menos eu estava xD) arrastámo-nos de volta para o hotel, banhinho e cama.
No dia seguinte mais uma viagem de carro da qual não me lembro em boa parte xD Acordei algumas vezes pelo caminho com caçadas a oenanthes. Esta gente não sabe ir descansada a conduzir. Fizemos algumas paragens para tentar apanhar o Oenanthe deserti, até que uma delas se revelou frutífera. Mais um bichinho bonito. Gosto de oenanthes :) isso dum bichinho que nunca tinha visto na vida (mas que também não existe para os nossos lados) e que tem um bico vermelho altamente :) Bucanetes githagineus. Achei-lhes piada que se há-de fazer xD A viagem de carro continuou e eu só voltei á vida já numa agradável montanha no Parque Nacional de Ifrane com uma vasta vegetação alpina bastante engraçada e por momentos até pareceu que tínhamos saído de marrocos. Corvos e peneireiros andavam por toda a parte, mas o nosso objectivo era mesmo um oenanthe, mais concretamente um seebohmi que era antigamente tratado como oenanthe oenanthe. Os bichinhos demoraram a colaborar e enquanto isso fomos vendo as vistas. Dum observatório para um grande lago pudemos avistar meia dúzia de aquáticas, entre as quais patos reais, galeirões, mergulhões de crista já em plumagem nupcial e patos ferrugíneos. Foi nice :) pelo caminho fomos seguidos por 3 cães supostamente pastores, já que o rebanho andava ali pertinho e como não conseguimos ver-nos livre deles, lá travamos amizade a fim de poder montar as armadilhas em paz. Claro está que para isso parámos para almoçar e fomos-lhes dando algumas coisitas :) apesar de tudo não nos deixaram fazer festinhas, mas pronto... não devem estar habituados a este tipo de intimidades coitados =P
Um macho de seehbomi lá decidiu cair numa das armadilhas, tratamos-lhe da saúde (lool o bichinho ficou em perfeitas condições!) e seguimos viagem. Antes de abandonarmos a montanha ainda fomos presenteados pela presença de dois grupos de macacos de gibraltar que por ali andavam calmamente a alimentar-se :) já posso dizer que vi macacos africanos eheh :) Como se não chegasse vi ainda pela primeira um rolieiro! São bichos bem bonitos com toda aquela coloração azul :) Toda a região de Ifrane é bastante agradável, repleta de lagos e riachos, com um ambiente extremamente fresco e húmido, completamente diferente do resto de marrocos. A cidade em si parece saída de uma qualquer cidade europeia, com casas com telhados altos e pontiagudos e com as ruas todas bem arranjadinhas. Passamos a noite numa zona já mais afastada da cidade numa casa muito gira, com um estilo assim a dar para o rústico e que até pavões tinha no quintal! O tempo estava a ameaçar-nos a sessão de anilhagem do dia seguinte com chuva e ventos fortes, mas a manhã nasceu calma e não fosse o facto de o termos sido trancados de noite até poderíamos ter saído cedinho. Á minha janela dormia um pavão no canteiro das flores e que estava a guardar cuidadosamente 3 ovinhos =)
Saímos sem o pequeno almoço tomado na promessa de voltar após montar as redes. De volta a um dos lagos metemo-nos para o meio do pinhal e começamos a montar as coisas. Lá pelas nove já estava tudo montado, mas chegaram uns miudinhos e como tal não pudemos abandonar as coisas para irmos todos ao pequeno almoço. Assim sendo, ficou uma pessoa de castigo =P enquanto eu e o ricardo fomos ao peq. almoço.
Na volta estava alguém todo satisfeito com um coccothraustes numa mão já um tanto para o ensanguentada. Sempre a reclamar das bicadas do bichinho, depois de limpas as mãos os estragos já nem pareciam muitos =P Saco para proteger as mãos para a fotografia e lá se soltou o bichinho. Infelizmente não caiu mais nenhum, mas pronto... De seguida foi a vez da foto de uma tordoveia e o sr. pode finalmente ir tomar o seu pequeno almoço. Eu e o ricardo ficamos a tratar dos bichinhos que faltavam, a inspeccionar as redes quando necessário e apanhar libelinhas nas horas vagas. Mais uma vez não se apanhou muita coisa, mas apareceram finalmente serinus e vi pela primeira vez (triste eu sei...) um gaio lol xD Há coisas assim =P (ou pessoas assim xD) A meio da tarde fizémo-nos novamente á estrada e escusado será dizer que dormi uma boa parte do caminho >.< Virados a Oujda já quase na fronteira com a Argélia, passamos Taza e mais meia dúzia de cidades com um ar extremamente turístico. Já por volta da meia noite andamos perdidos em Berkane á procura dum hotel, mas sem grande sucesso. Perto dum deles havia no entanto sinal wireless pelo que o pessoal ainda se entreteu a ver mails e a fazer chamadas via skype. O ricardo aproveitou para ligar ao sergei para fazer o ponto da situação ao qual ele reclamou a falta de sittas e troglodytes. Not our fault... xD A dormida foi dentro do carro nos arredores da cidade e de manhã fizemo-nos novamente á estrada para procurar um sítio simpático para apanhar bichinhos.
Voltinhas e mais voltinhas e em Taforalt fomos falar com o responsável pela reflorestação da área. Esperar, esperar, esperar que o senhor estava ocupado e depois lá veio connosco mostrar-nos eventuais sítios. Já todos satisfeitos dirigimo-nos á policia local onde o Ricardo teria que se apresentar, mostrar papelada e tal, etc. Esperámos e esperámos no carro só para ve-lo regressar chateado. Ao que parece a permit não dava para aquela zona... Weee horas e horas de viagem perdidas...!!!!! Não tinhamos autorização para apanhar nada nem ali nem em Taza, só mesmo mais a norte, na zona do Riff. Vontade de matar alguém... Convidamos o sr. que nos ajudou e que tão hospitaleiro foi para connosco para almoçar e ainda fomos convidados a casa dele e a visitar o viveiro. Quando conseguimos finalmente livrar-nos dele voltamos mais uma vez á estrada, desta vez em direcção já á nossa última paragem: Chefchaouen. Resto do dia em viagem, paragem para dormir numa pousada da juventude e continuação até ao destino. Pelo caminho foram-se recolhendo amostras de bichinhos atropelados para tornar a coisa mais produtiva, entre os quais pardais, um trigueirão e um athene.
Pela hora de almoço já estávamos num pinhal perto de Chefchaouen a comer qualquer coisita e seguidamente a montar as redes. A tarde foi longa e aborrecida... as coisinhas com penas decidiram não colaborar de todo e a folha de anilhagem teria ficado em branco não fosse o facto de ter caído um bicho, já sem penas e sem cabeça numa das redes... weeiiird... foi uma cena um tanto para o macabra tenho a dizer xD Mas são coisas que acontecem... alguém ficou foi sem jantar =P Esperámos até ao anoitecer, mas sem sucesso... =/ Seguimos para a cidade para dormir e jantar (mais uma pousada da juventude...!!) e de manhãzinha voltamos para trás para uma zona de sobreiral. A extensão de floresta era fenomenal e nós ao fim de algumas voltas lá conseguimos arranjar um acesso. Montar redes e esperar. Mais uma vez os bichinhos não colaboraram muito, mas ao menos volta e meia caiu qualquer coisa. Dendrocopus major foi uma novidade para mim (tão pertinho) e Picus vaillantii, embora este último não tenha caído nas redes. Outro bichinho que ainda não tinha colaborado foram as atricapilas e as trepadeiras, mas desta vez lá decidiram participar. Os gaios passaram o dia a chatear-nos e quem sabe a afugentar-nos a bicharada, e como se não chegasse ainda houve pessoas que deixaram bichinhos fugir... (guilty as charge) Apesar de tudo, dada a potencialidade do local decidimos passar ali a noite e anilhar na manhã seguinte. Fechar as redes e já ao cair da noite montar a tenda enquanto se ouvia um grande número de chamamentos de Otus scops. Porque não tentar? Re-abrir algumas redes e ligar o mp3 e poof. Não tinhamos ainda saído do local e já estavam 2 bichinhos na rede =) coisinhas pequeninas muito fofinhas com muitas penas e ainda com umas garras simpáticas (segundo os comentários de uma certa pessoa, já que eu não experienciei tal coisa =P). Sem dúvida o momento alto dos últimos dias =) Fotos aos bichinhos, deixa-los ir á vidinha deles e arrumar tudo outra vez para poder ir jantar e... dormir :) A manhã não foi lá muito produtiva e foi por pouco que não chegámos aos 150 bichos no total. Podia ser pior... Batemos o recorde das viagens anteriores :) mas não fossem os dias perdidos em viagens desnecessárias e teríamos provavelmente chegado aos 200. Quem sabe não voltemos para o ano? =D
Manhã passada, arruma-se tudo e segue-se de volta para Tanger para apanhar o ferry. Felizmente entramos logo no primeiro, mas não sem antes esperar um bom bocado que o nosso carrinho passa-se pelo raio-x. A viagem de barco foi até bastante divertida, passada em boa parte na parte de fora na zona supostamente dedicada aos fumadores e onde a força do vento era um bocadinho para o forte digamos eheh :) Já em espanha pelas 6 da tarde, chegamos a território nacional lá pelas 11 e pouco da noite. Paragem para jantar (não tinham comidinha para mim T-T) e seguir viagem. O ricardo entretanto ficou com sono e quem veio a conduzir até casa com dois marmanjos a dormir fui eu. Estes homens de hoje em dia.... =P Pouco antes das 3 da manhã já estava na minha casinha e assim se foram 12 dias. Balanço final? Positivo :) Não fosse a ajuda de alguém e se calhar a coisa não teria corrido tão bem... isso e talvez não tivesse tido tanta piada... (de certeza?) Enfim =) Habituava-me bem a esta vidinha... =P Mas como não pode ser... de volta ao computador e aos trabalhinhos para fazer. Weee >.<
Voltamos para a montanha para tentar bichinhos desta vez num ambiente mais florestal e menos agrícola. Estrada acima ficamos acampados numa zona de pinheiros e o esquema repetiu-se. Montar tenda, jantar, dormir, montar redes e esperar. Este foi um dia longo... os bichinhos não colaboraram muito... e os períodos de espera entre ir ás redes foram um tanto para o secantes, principalmente quando a expectativa de lá encontrar alguma coisa começou a descer consideravelmente. Mesmo assim acho que ainda chegámos aos 15 bichos e houve até quem tivesse feito uma espécie nova já no final do dia com um pombo torcaz. Ah! isso e um outro bichinho muito engraçado, dum dos meu grupos preferidos, sylvia deserticola =) Horas mortas á parte e o dia nem foi muito mau. Parus ater e major, assim como fringilla foram caindo nas redes e ainda deu para dar uma voltinha até perto da aldeia e ver mais um oenanthe leucura, umas dauricas e uma cia. Podia ser pior. Ao cair do dia seguimos viagem e passámos a noite num simpático hotel com um ninho de daurica no tecto. Para começar bem a ronda gastronómica só havia comidinha vegetariana (oh que xato), mas dada a hora tardia já não tinha grande apetite e cerca de metade ficou no prato. A sala de refeições era no entanto caricata, coberta de tapetes por toda a parte (chão e paredes), com sofás em cimento, mas todos almofadados. O banhinho antes de ir dormir soube-me mais que bem e os que me seguiram na manhã seguinte não tiveram tanta sorte =P A falta de electricidade deve ter dado cabo da água quente e houve gente a tomar banho geladinho =PP
Já o pequeno almoço foi bastante agradável para toda a gente, com uma bela paisagem para desfrutar. O dia foi passado a andar de carro, agora com rumo ao médio atlas, que é como quem diz para norte, e tenho que admitir que dormi uma boa parte do caminho inicial. Metidos outra vez em caminhos de montanha, ao menos estes eram bem alcatroados e suficientemente largos. Almoçámos rapidamente num vale, com um miudo a olhar para nós á espera que lhe calhasse alguma coisa e continuamos agora montanha acima e montanha abaixo e montanha acima. Andamos ás voltas á procura de um novo local para anilhar e depois de achado um belo trilho com umas condições circundantes bastante acolhedoras, montamos o estaminé. Como ainda tinhamos alguma luz puseram-se de pé logo algumas redes que renderam logo 3 bichinhos e no dia seguinte montaram-se mais 2 ou 3 e as armadilhas. A zona era muito gira, com um solo vermelho a contrastar com o verde forte da vegetação, as zonas douradas de cereal a darem um toque mágico á coisa, e a montanha nevada no topo no horizonte um quê de fantástico. Deve ter sido o local onde mais gostei de acampar e (apesar do sol e depois da chuva) de passar o dia. Os bichinhos não foram tantos como no primeiro dia, mas as espécies foram outras :) Aqui apanharam-se bastante sylvias (o que deve ter contribuído para o meu apreso por este lugar), algumas das quais andava ansiosa por ver :) Sylvia hortensis e conspicillata (fora as deserticola) foram as meninas do dia. Isso e um bichinho que penso até termos apanhado logo no primeiro dia, mas que aqui caiu com frequência, o Phoenicurus moussieri, ou rabirruivo-mourisco. Fora isso, fomos presenteados com um chapim-azul, que em marrocos são mais bonitos a meu ver, e um belo lagarto numa das armadilhas, fora outra tralha mais usual. A tardinha foi ameaçada pela chegada da chuva que nos fez recolher e arrumar tudo assim um bocado á pressa, mas sem realmente nos molhar. No entanto, já no caminho de regresso vimos que tinhamos saído á hora certa, pois mais horas de chuva e talvez não tivessemos conseguido passar uma ponte pela qual corria agora água.
O caminho para fora da montanha tenho que reconher que não me lembro de grande parte dele pois o sono abateu-se sobre mim. Tanto quanto me contaram os trilhos foram giros (que é como quem diz perigosos) e até foi preciso ligar a tracção. Não me recordo de nada =) Acordei já depois de passada a emoção e fui a apreciar as vistas e a pensar na vidinha o resto do caminho. Já á noitinha chegámos a Beni Mallal onde parámos para dormir. O hotel não era grande coisa, mas nem me queixo muito, tinha uma cama e uma casa de banho com água quente por isso serviu perfeitamente. Antes de irmos dormir ainda fomos procurar um sítio para comer pelo que andamos a vaguear um pouco pela cidade. Na rua, pessoas por todo o lado, com as lojas a começar a fechar já ás dez da noite. Nos cafés, homens, e apenas homens, a beber os seus chazinhos. Depois de entrarmos em alguns locais que já não estavam a servir refeições, acabamos por encontrar um pseudo-ramona, versão marroquina, que servia refeições relativamente rápidas até tarde. Saladinha para a je, e espetadas com batatas fritas para os restantes. Deu para encher a barriga. Já cansados e com sono (pelo menos eu estava xD) arrastámo-nos de volta para o hotel, banhinho e cama.
No dia seguinte mais uma viagem de carro da qual não me lembro em boa parte xD Acordei algumas vezes pelo caminho com caçadas a oenanthes. Esta gente não sabe ir descansada a conduzir. Fizemos algumas paragens para tentar apanhar o Oenanthe deserti, até que uma delas se revelou frutífera. Mais um bichinho bonito. Gosto de oenanthes :) isso dum bichinho que nunca tinha visto na vida (mas que também não existe para os nossos lados) e que tem um bico vermelho altamente :) Bucanetes githagineus. Achei-lhes piada que se há-de fazer xD A viagem de carro continuou e eu só voltei á vida já numa agradável montanha no Parque Nacional de Ifrane com uma vasta vegetação alpina bastante engraçada e por momentos até pareceu que tínhamos saído de marrocos. Corvos e peneireiros andavam por toda a parte, mas o nosso objectivo era mesmo um oenanthe, mais concretamente um seebohmi que era antigamente tratado como oenanthe oenanthe. Os bichinhos demoraram a colaborar e enquanto isso fomos vendo as vistas. Dum observatório para um grande lago pudemos avistar meia dúzia de aquáticas, entre as quais patos reais, galeirões, mergulhões de crista já em plumagem nupcial e patos ferrugíneos. Foi nice :) pelo caminho fomos seguidos por 3 cães supostamente pastores, já que o rebanho andava ali pertinho e como não conseguimos ver-nos livre deles, lá travamos amizade a fim de poder montar as armadilhas em paz. Claro está que para isso parámos para almoçar e fomos-lhes dando algumas coisitas :) apesar de tudo não nos deixaram fazer festinhas, mas pronto... não devem estar habituados a este tipo de intimidades coitados =P
Um macho de seehbomi lá decidiu cair numa das armadilhas, tratamos-lhe da saúde (lool o bichinho ficou em perfeitas condições!) e seguimos viagem. Antes de abandonarmos a montanha ainda fomos presenteados pela presença de dois grupos de macacos de gibraltar que por ali andavam calmamente a alimentar-se :) já posso dizer que vi macacos africanos eheh :) Como se não chegasse vi ainda pela primeira um rolieiro! São bichos bem bonitos com toda aquela coloração azul :) Toda a região de Ifrane é bastante agradável, repleta de lagos e riachos, com um ambiente extremamente fresco e húmido, completamente diferente do resto de marrocos. A cidade em si parece saída de uma qualquer cidade europeia, com casas com telhados altos e pontiagudos e com as ruas todas bem arranjadinhas. Passamos a noite numa zona já mais afastada da cidade numa casa muito gira, com um estilo assim a dar para o rústico e que até pavões tinha no quintal! O tempo estava a ameaçar-nos a sessão de anilhagem do dia seguinte com chuva e ventos fortes, mas a manhã nasceu calma e não fosse o facto de o termos sido trancados de noite até poderíamos ter saído cedinho. Á minha janela dormia um pavão no canteiro das flores e que estava a guardar cuidadosamente 3 ovinhos =)
Saímos sem o pequeno almoço tomado na promessa de voltar após montar as redes. De volta a um dos lagos metemo-nos para o meio do pinhal e começamos a montar as coisas. Lá pelas nove já estava tudo montado, mas chegaram uns miudinhos e como tal não pudemos abandonar as coisas para irmos todos ao pequeno almoço. Assim sendo, ficou uma pessoa de castigo =P enquanto eu e o ricardo fomos ao peq. almoço.
Na volta estava alguém todo satisfeito com um coccothraustes numa mão já um tanto para o ensanguentada. Sempre a reclamar das bicadas do bichinho, depois de limpas as mãos os estragos já nem pareciam muitos =P Saco para proteger as mãos para a fotografia e lá se soltou o bichinho. Infelizmente não caiu mais nenhum, mas pronto... De seguida foi a vez da foto de uma tordoveia e o sr. pode finalmente ir tomar o seu pequeno almoço. Eu e o ricardo ficamos a tratar dos bichinhos que faltavam, a inspeccionar as redes quando necessário e apanhar libelinhas nas horas vagas. Mais uma vez não se apanhou muita coisa, mas apareceram finalmente serinus e vi pela primeira vez (triste eu sei...) um gaio lol xD Há coisas assim =P (ou pessoas assim xD) A meio da tarde fizémo-nos novamente á estrada e escusado será dizer que dormi uma boa parte do caminho >.< Virados a Oujda já quase na fronteira com a Argélia, passamos Taza e mais meia dúzia de cidades com um ar extremamente turístico. Já por volta da meia noite andamos perdidos em Berkane á procura dum hotel, mas sem grande sucesso. Perto dum deles havia no entanto sinal wireless pelo que o pessoal ainda se entreteu a ver mails e a fazer chamadas via skype. O ricardo aproveitou para ligar ao sergei para fazer o ponto da situação ao qual ele reclamou a falta de sittas e troglodytes. Not our fault... xD A dormida foi dentro do carro nos arredores da cidade e de manhã fizemo-nos novamente á estrada para procurar um sítio simpático para apanhar bichinhos.
Voltinhas e mais voltinhas e em Taforalt fomos falar com o responsável pela reflorestação da área. Esperar, esperar, esperar que o senhor estava ocupado e depois lá veio connosco mostrar-nos eventuais sítios. Já todos satisfeitos dirigimo-nos á policia local onde o Ricardo teria que se apresentar, mostrar papelada e tal, etc. Esperámos e esperámos no carro só para ve-lo regressar chateado. Ao que parece a permit não dava para aquela zona... Weee horas e horas de viagem perdidas...!!!!! Não tinhamos autorização para apanhar nada nem ali nem em Taza, só mesmo mais a norte, na zona do Riff. Vontade de matar alguém... Convidamos o sr. que nos ajudou e que tão hospitaleiro foi para connosco para almoçar e ainda fomos convidados a casa dele e a visitar o viveiro. Quando conseguimos finalmente livrar-nos dele voltamos mais uma vez á estrada, desta vez em direcção já á nossa última paragem: Chefchaouen. Resto do dia em viagem, paragem para dormir numa pousada da juventude e continuação até ao destino. Pelo caminho foram-se recolhendo amostras de bichinhos atropelados para tornar a coisa mais produtiva, entre os quais pardais, um trigueirão e um athene.
Pela hora de almoço já estávamos num pinhal perto de Chefchaouen a comer qualquer coisita e seguidamente a montar as redes. A tarde foi longa e aborrecida... as coisinhas com penas decidiram não colaborar de todo e a folha de anilhagem teria ficado em branco não fosse o facto de ter caído um bicho, já sem penas e sem cabeça numa das redes... weeiiird... foi uma cena um tanto para o macabra tenho a dizer xD Mas são coisas que acontecem... alguém ficou foi sem jantar =P Esperámos até ao anoitecer, mas sem sucesso... =/ Seguimos para a cidade para dormir e jantar (mais uma pousada da juventude...!!) e de manhãzinha voltamos para trás para uma zona de sobreiral. A extensão de floresta era fenomenal e nós ao fim de algumas voltas lá conseguimos arranjar um acesso. Montar redes e esperar. Mais uma vez os bichinhos não colaboraram muito, mas ao menos volta e meia caiu qualquer coisa. Dendrocopus major foi uma novidade para mim (tão pertinho) e Picus vaillantii, embora este último não tenha caído nas redes. Outro bichinho que ainda não tinha colaborado foram as atricapilas e as trepadeiras, mas desta vez lá decidiram participar. Os gaios passaram o dia a chatear-nos e quem sabe a afugentar-nos a bicharada, e como se não chegasse ainda houve pessoas que deixaram bichinhos fugir... (guilty as charge) Apesar de tudo, dada a potencialidade do local decidimos passar ali a noite e anilhar na manhã seguinte. Fechar as redes e já ao cair da noite montar a tenda enquanto se ouvia um grande número de chamamentos de Otus scops. Porque não tentar? Re-abrir algumas redes e ligar o mp3 e poof. Não tinhamos ainda saído do local e já estavam 2 bichinhos na rede =) coisinhas pequeninas muito fofinhas com muitas penas e ainda com umas garras simpáticas (segundo os comentários de uma certa pessoa, já que eu não experienciei tal coisa =P). Sem dúvida o momento alto dos últimos dias =) Fotos aos bichinhos, deixa-los ir á vidinha deles e arrumar tudo outra vez para poder ir jantar e... dormir :) A manhã não foi lá muito produtiva e foi por pouco que não chegámos aos 150 bichos no total. Podia ser pior... Batemos o recorde das viagens anteriores :) mas não fossem os dias perdidos em viagens desnecessárias e teríamos provavelmente chegado aos 200. Quem sabe não voltemos para o ano? =D
Manhã passada, arruma-se tudo e segue-se de volta para Tanger para apanhar o ferry. Felizmente entramos logo no primeiro, mas não sem antes esperar um bom bocado que o nosso carrinho passa-se pelo raio-x. A viagem de barco foi até bastante divertida, passada em boa parte na parte de fora na zona supostamente dedicada aos fumadores e onde a força do vento era um bocadinho para o forte digamos eheh :) Já em espanha pelas 6 da tarde, chegamos a território nacional lá pelas 11 e pouco da noite. Paragem para jantar (não tinham comidinha para mim T-T) e seguir viagem. O ricardo entretanto ficou com sono e quem veio a conduzir até casa com dois marmanjos a dormir fui eu. Estes homens de hoje em dia.... =P Pouco antes das 3 da manhã já estava na minha casinha e assim se foram 12 dias. Balanço final? Positivo :) Não fosse a ajuda de alguém e se calhar a coisa não teria corrido tão bem... isso e talvez não tivesse tido tanta piada... (de certeza?) Enfim =) Habituava-me bem a esta vidinha... =P Mas como não pode ser... de volta ao computador e aos trabalhinhos para fazer. Weee >.<
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