E assim se passam horas... e dias. Fechada dentro de 4 paredes em frente a um ecrãn. Tsk... Como se a minha casa não tivesse portas para sair. O que me valem são as janelas. Portais para o tal mundo real, de onde posso observar outros universos que não o meu e onde o tempo dá sinais de vida.
Acompanho o nascer-do-sol, o cantar dos pássaros pela madrugada, a gata da vizinha no seu passeio diário, assim como aquelas horas mortas em que até lá fora o tempo parece estagnado. Depois o escassear da luz e o eventual esplendoroso por-do-sol. Cá dentro, a passagem do tempo só se manifesta com o desenrolar da rotina básica... acordar, pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar, dormir.
Cruzo-me com os restantes habitantes da casa e nestes momentos a vida até parece existir. Alimento-me das suas histórias e brincadeiras, mas depressa retorno a este meu canto. Quero sair. Preciso de sair. As portas estão abertas... mas para onde...?
Tudo a seu tempo.
Mais uma vez, tento focar a minha atenção no plano de trabalho. Ainda não escrevi nada. Rigorosamente nada. Estou sempre à espera não sei bem de quê para começar. Tenho bem presente na mente o que tenho de fazer. Ao menos isso. Mas organizar tudo é mais difícil.
E o tempo? Esse que normalmente não passa, mas que quando precisamos dele faz o favor de correr? Esperemos que se porte bem.
E o medo? Monstrinho que nos faz duvidar das nossas capacidades e quando nos distraímos nos devora por dentro? Tem batido à minha porta o sacana. Às vezes ainda ouço as suas lengalengas, mas tenho-o deixado na rua.
Bom, deixemo-nos de conversas e passemos ao trabalho (cof cof)
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