meaningless words

domingo, 5 de janeiro de 2025

O final da história

Dei inicio a este blog há 16 anos atrás. Era um espaço de partilha de aventuras, de quem pelo segundo ano consecutivo estava longe e desterrada e precisava de uma forma de se expressar. Rapidamente o diário de aventuras se misturou com um diário pessoal e poucos não foram os posts introspetivos sobre o que me ía na alma. A maioria de tom melancólico e triste, de quem não está verdadeiramente bem com vida, mas ainda assim expressa sorrisos por onde quer que passe. Um dos temas centrais deste blog foi sem dúvida o L. Paixão arrebatadora da faculdade, alguém para o qual olhamos com admiração extrema e nos sentimos imensamente gratos de nos dar atenção, sem nunca conseguirmos reconher que talvez ele também fosse sortudo de nos ter na sua vida. E assim foram 14 de relacionamento, com alguns altos e acima de tudo baixos. 22 de Dezembro de 2009 a 30 de Julho de 2023. May you rest in peace...! Nesta nova viragem de ano (bem vindo 2025!) sinto no entanto necessidade de vir aqui recapitular a minha antiga vida para poder finalmente deixa-la para trás, uma espécie de cronograma da insanidade que foi a minha vida desde que nos envolvemos para finalmente aceitar de que, não, a nossa relação não era normal, mas sim muito disfuncional. E que sim, eu demorei a conseguir ver isso, aceitar, e decidir fazer algo em relação a isso, mas terminar e seguir a minha vida era a coisa que fazia mais sentido há muito tempo. E que não, não devo sentir-me culpada por isso.  

2006 - Entrei na faculdade em Aveiro. Tudo era novo e assustador, mas ao mesmo tempo, pela primeira vez na vida estava rodeada de pessoas com os mesmos interesses que eu. 

2007 - Primeiras saídas de campo! Workshop de recuperação de fauna em Gouveia (onde conheci e me encantei com o L.) e mega aventura na Faia Brava no verão, onde fiquei acampada com algumas amigas durante 2 semanas. 

2008 - Ano de disciplinas opcionais, muitas saídas de campo e várias aulas em conjunto com o L. O coração palpitava, mas achava que estavas a milhas de algum dia alguém como ele olhar para mim. O síndrome do patinho feio iria arrastar-se durante vários e longos anos. 

2008/09 - Brasil!! Que aventura...! Saudades das pessoas e dos animais!! O L. desapareceu da minha mente, o coração deixou-se levar por outro L., mas que obviamente, tinha de ser um caso impossível. O rapaz tinha namorada e embora desse muitos sinais de estar interessado em mim, a minha conduta moral e medo de estar numa relação destinada a terminar (com o meu regresso a Portugal), recalcou mais uma vez qualquer envolvimento. Duas semanas antes do meu regresso a Portugal, eu e o C. temos uma curte, que até hoje não entendo. Foi o meu primeiro beijo (aos 21 anos meus senhores), e tivemos um dia mágico na baixa de Manaus, mas nem eu estava apaixonada por ele, nem sei ao certo o que ele viu em mim (para além de uma tímida portuguesa de pele clara e olhos castanhos), e nem se quer foi comigo ao aeroporto. Seja como for, o Brasil conseguiu desbloquear alguma da minha auto-estima, pois pela primeira vez na vida, foram várias as pessoas que me declararam o seu amor (ou whatever :P ). Passei também por uma das experiências mais estranhas e de certa forma traumáticas da minha vida. Um dos professores atirou-se a mim de forma insistente e tentou convencer-me como era normal que um homem de 40 anos se envolvesse com uma estudante com metade da sua idade, e de como isso era positivo para ela e para os pais, pois poderia dar-lhe uma vida??? WTF Caldas??? Felizmente nunca tive dificuldade em dizer que não, apesar da pressão externa, e como tal, daqui não levou nada a não ser um "nem pensar". Olhando para trás, deveria ter reportado a situação à faculdade, mas como muitos "me too", calei-me caladinha e nunca falei disto a ninguém... Regressada a Portugal, retomei contacto com o L. Começamos a conversar no messenger e nunca mais parámos. Descobri como ele se tinha apaixonado por uma colega mais velha, como nunca conseguiu dizer-lhe que gostava dela, e de como ela estava a milhas de imaginar, saltava de relacionamento em relacionamento, e como isso o magoava. Durante meses servi de amiga conselheira, que ouve e motiva. Que está lá todos os dias para desejar um bom dia e saber das aventuras. 

2009/2010 - Carta de condução e estágio na Faia Brava. Que ano! Muitas aprendizagens, emoções e frustrações! O estágio veio com muitos desafios, nunca tinha tido qualquer interesse em aves e de repente tinha que fazer censos de passeriformes semanalmente, sabendo não só reconhecer as aves como os seus cantos. As dúvidas eram muitas e eu nem um guia tinha. A ajuda do L. foi preciosa. Em Dezembro de 2009, antes do natal, a pretexto de me emprestar um guia e participar numas sessões de anilhagem para aprender um pouco mais, passei 3 dias em casa dos seus pais (onde ele vivia). O que eu ansiava acabou por acontecer... E se os meses seguintes deveriam ter sido um abre olhos para os anos que se seguiriam, estava demasiado nas nuvens para conseguir ver com clareza. Nos dois meses seguintes, continuamos a conversar diariamente, sem nos vermos, mas com planos para ele me visitar em Fevereiro. Vários planos feitos e desfeitos, ele lá apareceu uns 2 ou 3 dias para estar comigo. Daí até Maio, mais planos feitos e desfeitos, tentativas desesperadas minhas de estar com ele, mensagens a declarar o meu amor, sem grande feedback, tentativas de nos vermos com mais frequência sem sucesso, solução oferecida para o meu sofrimento? Terminarmos claro, assim já não estamos juntos e eu não sofro, right? Porque ele claramente não tinha tempo (nem desculpa esfarrapada para os pais) para vir ter comigo nos tempos livres. E lá me aguentei... Em Maio, visita do L. com a faculdade. Após meses sem nos vermos, nem um abraço, nem um beijo, era como se não tivéssemos nada, nem conversássemos todos os dias. Ele não queria que se soubesse??? Os meus colegas de estágio holandeses estavam em choque. Podia ter ficado lá em casa a dormir comigo, mas não. Manteve a persona, quase não passou tempo comigo e foi dormir com os colegas, não sei bem onde. E pensar que não fui ao funeral do meu avô em parte por isto... Seguiram-se mais uns meses do mesmo, eu a sofrer, ele a dizer que não podia fazer nada, em que ele me pedia as boas noites, mas não as dava de volta. Final de Julho, fim do meu estágio na Faia Brava, acompanhado de um campo de trabalho no qual fui monitora. Pessoas novas, uma delas bem especial. Encantou-se comigo e não me largou. Eu achei-lhe piada, mas gostava do L., e ele era mais velho e tinha namorada. Não fazia sentido. Mas ele não desistiu, e aquelas duas semanas mais pareceram meses, e eu resisti, mas ele era carinhoso e dizia que estava apaixonado por mim, e ia deixar a namorada, e que o L. não gostava de mim ou não me trataria assim, e eu estava carente, e ele continuou a insistir. E pela primeira vez na vida deixei de lutar e simplesmente deixei-me ir... estava tão cansada de ser recusada. Foram momentos especiais, mas a minha mente corria para o L. sempre que ele me beijava e de como gostaria que fosse ele ali, e depois de nos despedirmos não consegui continuar. Ele não desistiu, terminou com a namorada, e continuou a insistir durante uns meses para estarmos juntos. Falávamos todos os dias. Mas eu era (sou?) teimosa. Contei tudo ao L., pedi-lhe perdão, pedi-lhe que me aceitasse de volta, e ele aceitou, mas ficou tudo na mesma. Ele longe, sem disponibilidade para estar comigo, e eu em sofrimento sem saber o que fazer à minha vida. Gostava de ressaltar aqui, que tanto num caso, como no outro, a nossa intimidade não passou de uns beijinhos e uns amassos... nem se quer houve/havia s***. Se é que isso faz alguma diferença...?

2010/11 - Mais uma mudança! Mestrado no CIBIO, viver na Póvoa com amiga da faculdade. À exceção das aulas, tudo corria mal. Eu triste e frustrada com a minha relação, saturada da vivencia na cidade, autocarros, metros, pessoas o dia inteiro, aproveitando a paz do mar no final do dia tanto quanto possível. Viagens frequentes à Faia Brava neste ano e nos seguintes, sempre que possível. No inicio do ano o L. decidiu terminar tudo. Porquê? Nunca percebi, mas pelos vistos era melhor assim. E assim o meu mundo ruiu, as minhas duvidas sobre o quanto ele gostava ou deixava de gostar de repente caíram, mas eu não estava pronta para o deixar ir. Outros tentaram tomar o seu lugar, mas o meu coração era dele, e quanto a isso não havia nada que eu pudesse fazer. Tentei negar, tentei seguir em frente, mas não consegui. Chateei-me com a minha colega de casa e em Abril fui viver para o Porto. Quarto minúsculo, mas com tudo o que precisava. Meses on my own, muita introspeção, mas sempre em contacto com o L.. Porque sim, terminámos mas continuámos a conversar diariamente, mantendo-me na expectativa e esperança que tudo vai resultar. E como voltarei a fazer vezes sem conta no futuro, continuo a convidar o L. e a inclui-lo na minha vida. E assim em Maio ele é incluído na minha viagem de tese de mestrado a Marrocos, para "ajudar na captura das aves". O meu coração ferido na esperança que ele me queira de volta. E ele lá cedeu novamente. E voltamos secretamente um para o outro nessa viagem, mas como anteriormente, nada mudou. Ausência e indiferença, o L. opta por fazer um doutoramento em Coimbra, sem se quer me consultar ou discutir opções, mantendo assim a distância por mais 4 anos. Vem ter comigo ao Porto uns 3 dias em Julho para participarmos num curso de identificação acústica de morcegos. Conheço o F. e com ele entro no fantástico mundo dos morcegos :) mal sonhava que iria mudar a minha vida! Em Setembro fui pela primeira vez ajudar nas captura de morcego-rabudo e daí para a frente ficou o bichinho dos Tadarida e do Sabor!  

2011/2012 - Tese de mestrado!! Dias e dias afins enfiada no lab a fazer extrações, amplificações e sequenciação de DNA. Algumas saídas de campo com o L. para apanhar bichos para a tese. Em Maio, introdução ao mundo das empresas com censos para um parque eólico e Junho saída de campo para nova captura de Tadaridas, ainda sem vacinação da raiva, mas no processo de tal! Julho, Agosto e Setembro enfiada em casa, num processo interminável de escrita da tese! Outubro, nova saída de Tadaridas desta vez já com vacina e pronta a mexer nos bitchos!! :D Dezembro, defesa da tese!! Encontros casuais com o L, raramente com sleep-overs.  

2013 - De volta ao lab, para uma prestação de serviços e processar amostras em falta ao dataset do mestrado. Em Janeiro visita a abrigos de hibernação de morcegos, com direito a neve e tudo! Em Fevereiro, L. decide terminar tudo novamente... aparentemente a nossa situação não ía melhorar anytime soon e assim era melhor. E senti alívio, mas embora tenha tentado, também não consegui seguir em frente. As before, continuamos a conversar de forma regular, o que como é óbvio não ajudou. Em Março recebo proposta para começar a trabalhar efetivamente com morcegos! De Abril a Outubro estaria full-time no Sabor a apanhar morcegos. Felicidade!! Em Maio voltei a Marrocos, desta vez sem o L., mas com alguns compinchas dele de anilhagem. Estava determinada que não iríamos voltar e que se por um milagre isso acontecesse, as coisas teriam de mudar. Não estava disposta a sofrer como até então. O tempo foi divido entre o Sabor e Vila do Conde, com sessões regulares de anilhagem no PBG. Estava em paz e a sarar, aos poucos, mas sem esquecer o L. Em Setembro houve sessão de anilhagem em Barca de Alva com o grupo do PQT e afins. Fui, sabendo o risco que corria, mas estava pronta a mostrar que tinha seguido em frente. Só que não... Chegando lá, pronta para montar a minha tenda, recebo a proposta de partilhar tenda, porque a do L. é grande e tem espaço e dá menos trabalho. E sabendo que ía dar asneira, aceitei na mesma. Porque há pessoas que nunca aprendem... As promessas que tudo iria mudar foram-se e tudo seguiu igual. O trabalho com os morcegos continuou de vento em poupa, agora com a pressão de uma candidatura a doutoramento. Em casa, partilhada com colega do CIBIO, surgiam perguntas de porquê nunca estar com o L. O namorado dela trabalhava fora do país e viam-se com mais frequência do que nós. No trabalho, poucos (ninguém, só o F.) sabia que tinha alguém.  

2014 - Novo ano, novos desafios. Desenvolvimento de primeiros protocolos de metabarcoding para o estudo da dieta dos rabudinhos, entrevista a doutoramento, e novas monitorizações de inverno. Fevereiro foi também o nascimento de uma paixoneta platónica com o H. A conversa com L. sobre como as coisas tinham que mudar nunca ocorreu, mas eu seguramente mudei. Embora tivéssemos voltado, a minha expectativa era 0, o entusiasmo era 0, e estava determinada em não sofrer mais. O H. escrevia-me com frequência, trocávamos emails animados sobre história, super heróis, e o sentido da vida. Eu, patinho-feio, achava que ele era só um tipo simpático que nunca estaria interessado sentimentalmente por mim e que falava comigo como quem fala com uma amiga. O H. era mais velho e a sua experiência de vida também me intimidava. Talvez por isso tenha demorado demasiado tempo a aceitar que tínhamos algo que uma mera amizade. Final de Março, viajo para a Noruega para aprender a analisar os dados de metabarcoding. O H. despede-se com carinho, fica mais claro para mim que ali há gato, e regresso com a expectativa de terminar com o L. por já não fazer sentido e ter sentimentos por outra pessoa. Ao voltar, amigas marcam jantar surpresa de aniversário (atrasado) e convidam o L., que contra todas as expectativas, lá aparece. Sim, porque ele tinha pequenos trabalhos no Porto, mas nunca vinha passar a noite comigo, ou dizer olá. E desta vez, talvez pela pressão social, apareceu. O H. foi apanhado de surpresa e afastou-se. Eu fiquei na mesma, assumi que o clima que existia era imaginação minha e afinal não havia mesmo nada (mais tarde ele lá me contou que afinal havia), e a vida seguiu igual, com o L. na sua vida e eu na minha, num relacionamento em que nos víamos quando eu ía a casa e parava em Coimbra para trocar de autocarro. Viagem incrível à Croácia, para o meu primeiro European Bat Research Symposium!  

2015/16 - Inicio de doutoramento. Muitas aulas, trabalho de laboratório e algum campo. Janeiro de 2016 o L. defendeu o doutoramento. Vou assistir e os amigos dele "descaem-se" em frente aos pais dele (na realidade assumiram que eles sabiam pois não faziam ideia que fosse segredo) que eu não sou simplesmente amiga, mas sim namorada de longa data. Pais apanhados de surpresa, mas rapidamente me aceitam e acarinham na família. E se com o terminar do doutoramento do L. eu tinha esperança que ele finalmente viesse para perto de mim, rapidamente essas esperanças se foram. L. aceita bolsa em São Jacinto e assim vai mais um ano de distância, com as minha visitas ocasionais, mas nunca o inverso... Vão-me valendo as amizades do trabalho, que preenchem os meus dias e me fazem esquecer deste relacionamento do qual não me consigo desligar e só me traz sofrimento. Viagem fantástica a África do Sul para o meu primeiro International Bat Research Conference. Primeira vez a ver girafas, leões, rinocerontes e elefantes! Nem tudo é mau :)  

2017 - Pos-doutoramento de tempos livres, inicio do projeto do Tua com instalação de caixas abrigo para morcegos, monitorização da dieta e amostragem de invertebrados. Primeira aluna de mestrado verdadeiramente orientada por mim. Mexo novamente os meus cordelinhos e asseguro que L. fica como assistente de campo externo no projeto. Talvez trabalhando no CIBIO, consigamos finalmente acertar o passo e ter uma relação normal. Trabalho de campo fantástico a marcar Tadaridas com GPS em Agosto depois um incrível EBRS no País Basco.  

2018 - Abertura de bolsa pos-doutoramento no CIBIO para o L. Ficou oficialmente no projeto e a trabalhar no CIBIO. "Muda-se" oficialmente para o norte e vem "viver" comigo. É preciso explicar aqui, que isto significa que depois de passar duas semanas no Tua, vinha com o seu saco de roupa para minha casa, dormia cá, ía alguns dias para o CIBIO, e depois seguia para Coimbra, pois a sua estação de anilhagem em Coimbra obrigava-o a lá estar 1x a cada 15 dias. Estação essa que se mantém até hoje. (Engraçado como para manter uma estação de anilhagem ele fazia e faz viagens Porto-Coimbra 2x por mês, mas não era capaz de vir ao Porto 1x por mês para estar comigo. Prioridades). Por vezes lavava cá roupa, outras vezes levava para casa para a mãe lavar. Quando saía, não havia qualquer vestígio de habitar esta casa. Havia uma porta no armário para ele e algumas gavetas. Na sua maioria encontravam-se vazias. Embora agora vivêssemos juntos, sentia-me uma p*** à qual ele vinha e f*** quando queria e voltava a desaparecer. Não fazíamos nada juntos, nem mesmo ver tv...  quando víamos filmes ele adormecia. As nossas conversas eram de trabalho.

2019 - Ano final da minha tese. L. ganha um contrato da FCT e fica definitivamente no CIBIO nos próximos 6 anos. Viver com ele não era o mar de rosas que eu imaginava, mesmo que a tempo inteiro. A nossa vida era trabalho, trabalho e trabalho, e de vez em quando era convocada para eventos familiares, casamentos e batizados. Este ano foi crítico, havia pequenas coisas que não estavam a correr bem para mim na vida a dois, mas ou eu as enfrentava, com todas as consequências disso, ou me focava em terminar a tese de doutoramento. Roupa estendida dos dois em que só a dele é que é apanhada, limpeza da casa que calha sempre à mesma, hábitos distintos de higiene (ou falta dela), noites sem dormir por excesso de ruído sonoro, falta de apoio emocional. E vários anos de ressentimentos recalcados que agora não tinha força nem vontade de resolver. Ele não teve tempo para mim até bem depois de terminar o doutoramento dele, no qual eu o ajudei como pude, revi todos os artigos, textos e afins, mas eu tinha que ter tempo para o meu doutoramento, para todos os projetos paralelos e para as coisas dele. Também não me vou esquecer como num dos momentos mais críticos desta fase complicada tive que o ouvir dizer que não ía conseguir concluir a tese a tempo. Felizmente outras pessoas acreditaram em mim e ajudaram-me a mexer. Apesar de ter sido um ano difícil, 2019 foi também o ano em que visitei pela primeira vez a Tailândia para o meu segundo IBRC.  

2020 - Defesa da tese a 13 de Fevereiro, seguida de 2 semanas de preparação de uma candidatura à FCT para um contrato. Logo de seguida, COVID. Tudo trancado em casa meses a fio. A nossa relação estava "bem"... os problemas foram sendo recalcados e eu fui-me anulando. Focada no trabalho, submeti candidatura à British Ecological Society para estudar aprofundadamente a dieta dos Tadarida e continuei a trabalhar nos artigos pendentes. Não era feliz, mas não era infeliz. Ou não sabia. Tudo era meh. Começamos a ver casas, com o salário dos dois não deve ser difícil pensei, melhor que pagar renda. Perdi a conta ao número de casas que vimos. Podiam ser perfeitas que a resposta era sempre um hmmm não sei. Acima de tudo 0 interesse em ficar com divida no banco. As despesas da renda e contas eram partilhadas pelos dois, mas continuávamos sem falar no futuro ou em sonhos. Noites de amostragem acústica de morcegos na Serra de Arga, ajudavam a aliviar a tensão e a fazer crer que era possível. Continuava a ser feliz nos momentos de aventura. 

2021 - Prolongação do COVID. Trabalho essencialmente a partir de casa. Inicio do meu contrato FCT. Já não conseguia ver o L. com os seus boxers manchados de outras núpcias, deitado na cama e com o computador ao colo, mas mentalizei-me que esta era a "vida de casados". Sigo em piloto automático, 100% focada no trabalho e em publicar, publicar, publicar, orientar alunos, colaborações, colaborações, colaborações. Trabalho de campo para o Livro Vermelho dos Vertebrados. Muitas noites a apanhar poucos morcegos e a colocar audiomoths com o L. Lá nisso nós funcionávamos bem... Outubro, ida ao Panamá com a Dina. Condições fantásticas de investigação e fauna espetacular. Dezembro, ida exploratória a São Tomé e Príncipe. Ilha incrível e com muitos desafios. Alunos que vão dar dores de cabeça xD 

2022 - Regresso a São Tomé e Príncipe em Maio. Amostragem de invertebrados em Montesinho em Junho. Trabalho, trabalho, trabalho, muito perto de um burn-out. Promessa de slow-down a mim própria xD Mais do mesmo com o L. Vida amorosa pretty much dead, avanços amorosos dele evitados ao ponto de já não existirem, cada um na sua vida a dormir sob o mesmo teto e a trabalhar em equipa. Férias em Junho com a minha mãe no Gerês. Trabalho, trabalho, trabalho.  

2023 - Regresso a São Tomé em Janeiro. Viagem à Tailândia com o L. em Fevereiro a convite de uma estudante. A maioria das noites adormeço sozinha, enquanto ele freneticamente carrega fotografias para o iNaturalist. O que inicialmente começou como um passatempo durante o covid, para tornar as saídas de casa mais desafiantes, rapidamente se tornou uma obsessão na qual nem há espaço para mim. A viagem potencialmente romântica que tinha imaginado não acontece, e somos dois amigos/colegas a visitar um país. Havia mais entusiasmo a viajar com o meu amigo e colega F. do que com o meu próprio namorado. O que é que eu fiz à minha vida?!? Mesmo assim, em Março encontramos uma casa decente a preço aceitável e decidimos (por exaustão?) avançar. T2+1 em muito bom estado, com sala grande, cozinha razoável e lavandaria, garagem decente, 145 mil euros. Não precisaria de obras, mas para mim precisava no mínimo de uma pintura, e quiçá um soalho flutuante na sala, que o chão era de granito gélido. Downside? Só estaria disponível em Setembro, mas dada a nossa atarefada vida, também não teríamos tempo de nos mudar antes disso. Curso de metabarcoding em Março. Viagens a Foz Coa, Serra da Estrela e Roma em Abril. Férias em Maio com a minha mãe em Sesimbra. Qualquer tentativa de discussão sobre a casa, que obras iríamos fazer, ou que mobília iríamos comprar terminava com um ainda falta muito tempo e não temos dinheiro para gastar. Nem com a minha própria cama tive direito a sonhar e rapidamente o assunto da casa se tornou um assunto para me entristecer em vez de motivo para sonhar. Em segredo construí em vão um modelo 3D do apartamento e tentei planear a organização do espaço. Mãe preocupada com a minha falta de entusiasmo com o suposto feliz acontecimento, embora não soubesse da missa nem a metade. L. nunca conheceu a minha família, à exceção de mãe e irmão. Mesmo assim só consegui leva-lo lá a casa porque ele queria ir apanhar isópodes na zona Oeste e ainda conseguiu amuar porque estava a chover e não dava para sair de casa. Reuniões COST em Junho, seguidas de ida à Estrela para apanhar morcegos. E o que parecia mais uma semana normalíssima na minha atarefada vida, virou o meu mundo do avesso :) Conheci o D. E é engraçado como há pequenas coisas que nos marcam e pequenos momentos nos quais sabemos que a nossa vida acabou de mudar. Não fazia ideia como, mas no momento em que ao regressar recebo uma mensagem dele a dizer "Para de te coçar :) " soube lá no fundo que algo em mim tinha acabado de mudar. Daí para a frente não parámos de trocar mensagens. E se no início ainda pensei, nah ele é só conversador e não há aqui nada, rapidamente estávamos a falar sobre tudo, incluindo sonhos. Ah, como tinha saudades de sonhar. Nos dias que se seguiram, poucas foram as noites que consegui dormir ao lado do L. Ficava no escritório e lá dormia. A verdade é que nesta fase dormir ao seu lado era um suplicio em que eu adormecia apenas por exaustão. O seu ressonar era tão alto e incomodativo, que já nem de tampões nos ouvidos me safava. Muitas vezes tinha q adormecer com musica bem alta, acordando com dores nos ouvidos devido aos phones. Quis o Universo, que poucos dias depois o L. fosse para Mértola em trabalho de campo e fiquei sozinha em casa até viajar para o congresso de Conservation Biology no Rwanda. Durante este tempo as nossas conversas continuaram e quando cheguei ao Rwanda já pouco falava com o L. (mas ele também nada dizia ou perguntava). As borboletas passaram a habitar o meu estômago, revia as conversas com o D. repetidamente, e estava sempre em pulgas por lhe contar ou saber novidades. Adormecia (ou não) a pensar nele e acordava a pensar nele. Acho que era oficial, eu estava apaixonada, mas, como sempre, sem certezas se os sentimentos seriam mútuos. Apesar de tudo, não nos conhecíamos. Fosse o que fosse, da minha imaginação ou não, íamos estar juntos pouco depois do Rwanda, e o que eu estava a sentir não era compatível com a continuação de um relacionamento com o L., nem com a compra conjunta de uma casa. Estava na hora de terminar. Já estava na hora há 14 anos atrás, mas a minha obsessão não me deixou. E encontrar as palavras e os motivos? Não consegui, chorei que nem uma perdida, ele não percebeu patavina do que se estava a pensar, e eu pouco soube explicar para além que queria terminar. A relação já estava morta há tanto tempo que a única coisa que faltava dizer era "nada disto faz sentido". Nós somos colegas que vivem juntos. Ficaram, claro, muitas coisas por dizer... mas eu já tinha passado a fase das acusações e do retaliamento. Essas fazemos quando queremos resolver problemas. Eu não queria resolver nada. Queria seguir em frente. Tudo isto nunca fez sentido... e se ainda existia foi porque eu sofri muito para que ainda existisse. Mas não queria mais. Não conseguia mais. E assim foi. O L. fez as malas nesse próprio dia e foi para casa dos pais. Voltou no dia seguinte e fomos almoçar. Queria conversar com mais calma e saber se havia alguém. Eu sabia lá se havia alguém...! Eu gostava de alguém, mas não havia nada e podia estar tudo na minha cabeça e nunca dar em nada. A resposta foi que não, mas devia ter sido um sim. Nunca pensei que as coisas pudessem acontecer tão rápido, não ao ponto de parecer que estava a terminar com ele para começar com o D. Não era nada disso. Claro que a Estrela e o meu entusiasmo ao conversar com ele foi o trigger de tudo isto, de finalmente perceber que a minha vida já não fazia sentido e que ainda conseguia encontrar alegria noutras coisas. Evitava estar com o L. tanto quanto possível, repudiava-me a ideia de termos filhos, e até o entusiasmo da casa nova tinha sido assassinado. O que tínhamos estava morto e mais que morto. E poderíamos viver na ilusão durante mais uns anos se eu não tivesse ido à Estrela, mas continuaríamos igualmente infelizes. A culpa não me largou durante largos meses (se é que algum dia me irá largar), mas não me arrependo de nada, a não ser, claro, de não o ter feito mais cedo. Mas diz que não somos perfeitos, nem eu, nem o L. E também tenho direito aos meus erros. Acho que mesmo assim aguentei muito, mesmo quando já não tinha motivos para o fazer. O que se seguiu é história e tudo o que posso dizer é que estou muito feliz e finalmente em paz e num ritmo potencialmente saudável, com um bom equilíbrio vida-trabalho. Eu e o L. continuamos a falar, embora por agora só de trabalho. Gostava que chegasse o dia em que falar do D. não fosse motivo de desconforto para nenhum dos dois. Mas algo me diz que esse dia vai demorar a chegar. Espero do fundo do coração que o Universo lhe sorria e que ele se apaixone por alguém da mesma forma, que o faça correr atrás (como nunca correu atrás de mim), e que seja correspondido.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

A ficar velha...

Aquele momento em que 95% dos concorrentes dos ídolos são mais novos do que eu...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Fortune Disney Cookie

  

Aquele momento em que um quiz inanimado e um tanto para o aleatório, te diz precisamente aquilo que precisas de ouvir...


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Dias perfeitos

Há dias assim... perfeitos. Em que temos o privilégio de nos desligarmos do Mundo e devorarmos um bom livro. Tinha saudades disto. Da reclusão. Da absorção. Da adrenalina da atribulada vida dos personagens. E enquanto isso, o sol. E o mar. E as ondas. E a areia. E o dourado da pele. E aquela sensação de união com o Universo.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Pfff

Mas porque é que eu me ponho a ouvir fado...? Já sei que acabo com uma nostalgia inexplicável e de olhos inchados. E não, não ando ao murro com ninguém.

sábado, 15 de março de 2014

Melancholy

É o que dá pôr-me a ouvir bossa nova e jazz... E os raios de sol que me entram pela janela adentro com o mar no horizonte sabem-me pela vida...

domingo, 2 de março de 2014

Reality

Yup. Somethings are just not meant to happen. Might as well face it and move on.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Mixed feelings

É uma mistura de alívio com ataque ao ego. Não sei bem se o saldo é positivo ou negativo. No fim das contas o ego acaba por se defender e dizer que tanto o concurso não foi justo, como eu não queria ganhar, e por isso está tudo bem. É tudo verdade. Mas o ataque ao ego custa um bocadinho. Ego à parte, nunca quis concorrer (tão cedo) a doutoramento. E assim sendo estou contente. Vou poder continuar a fazer uma coisa que me tem dado bastante prazer, sem ter o pesadelo da responsabilidade em cima. Também não vou ter de voltar ás aulinhas e aos trabalhos inúteis tão depressa. No fim das contas... correu tudo como eu queria :) e se não estou aos pulos é porque o ego não deixa. Mas ele que tenha calminha. My time will come. E quando vier, se depender de mim, o grau não vai ser nem do cibio, nem da fcup, nem português.

PhD à parte... hoje foi dia de S. Valentim. E que melhor maneira de passar o dia, que escondida debaixo de terra, em túneis com raízes a brotar do tecto, água a escorrer por todo o lado, e precipícios em cada esquina? Tenho que admitir que me senti uma verdadeira Indiana Jones. Só faltaram os escorpiões e as cobras! E os morcegos também vá, que foram muito pouquinhos. Mas enfim... foi um dia divertido :)






domingo, 15 de dezembro de 2013

Southern Bats

E já vem tarde o post (para variar), mas estava sem máquina fotográfica e não pude vir aqui deixar coisinhas giras :)

Há coisa de um mês fui 2 diazinhos para o Alentejo apanhar morceguinhos! E mais do que andar em pontes (que não andei em nenhuma, excepto de carro, felizmente), andei em grutas e minas. E andei de cócoras, e rastejei de cotovelos no chão, e bati com a cabeça no tecto, e conturci-me toda para passar vedações e túneis estreitos, e só não fiz rappel num buraco de mais de 20m porque chegámos tarde e os bichinhos já estavam activos. Mas foi giro! Muito giro :) a roupa, tenho pena de não ter fotografado, mas não deve ter achado tanta graça (assumindo que gosta de estar limpa). Ficou deveras colorida, com terra de cores variadas, entre tons castanhos, vermelhos, amarelos e laranjas, quase parecia pronta para o Outono =)

O objectivo da viagem era capturar cerca de 40 morcegos-de-ferradura-mourisco (Rhinolophus mehelyi), assim como efectuar a monitorização de alguns abrigos. E lá fomos nós!


o nosso local de dormida ^.^

os traquinas =)

sábado, 7 de dezembro de 2013

pff

Damn you Saturday afternoon movies =X

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

:)

e tou aqui à espera que saiam vídeos do espectáculo de ontem... mas até lá... a ver se trabalho! :P


terça-feira, 26 de novembro de 2013

^.^

Sabem quando querem muito uma coisa e acreditam que mais cedo ou mais tarde irão conseguir alcança-la? 

Sabem quando as dificuldades surgem e tudo parece correr mal, mas mesmo assim continuamos a sentir que vai correr tudo bem e que aconteça o que acontecer tudo se irá resolver? 

Sabem quando passam por tudo isto de forma tranquila e sem dar demasiado importância ao assunto e depois são maravilhosamente recompensados pelo Universo num triunfante golpe "de sorte"? 

Dá vontade de sorrir e dizer, 'obrigado!' :') não sei bem a quem, ou a quê, mas normalmente opto pelo Universo. Aquele conjunto talvez assim não tanto aleatório da qual tudo e todos fazemos parte, e que quando acreditamos parece conjugar-se a nosso favor. Há quem lhe chame Deus, há quem lhe chame Karma, há quem lhe chame sorte ou azar, e ainda há quem lhe chame trabalho/empenho ou falta dele. Há gostos para tudo e para todos! São só nomes suponho, mas alteram um pouco a forma como encaramos a vida e os obstáculos. Eu fico-me pelo Universo e todas as variáveis e constantes que o compõem, as que conheço e compreendo, e as que desconheço e não compreendo. Talvez tenha mesmo sorte e por isso ache que ele não me tem vindo a falhar. Talvez nada disto tenha efectivamente a ver com sorte. Talvez. Não sei. E como não sei, agradeço a tudo e a todos que possam ter contribuído para o desenrolar da minha passagem por este planeta :) sejam entidades aleatórias, místicas, ou simplesmente reflexos da minha forma de encarar o mundo. Seja como for e para quem for, Obrigado :)

E estou a escrever tudo isto por algo extremamente pequeno e insignificante na minha vida (embora pudesse estar igualmente a escrever por outras coisas muito mais importantes), mas acho que a magia do mundo está exactamente nos pormenores, nas pequenas "coincidências", e nos pequenos acontecimentos e gestos. Que mais é a felicidade se não saber detectar e apreciar estes pequenos presentes? :)

Ps: E quando já não havia mais bilhetes, e toda a gente que estava a vender só me vendia se eu quisesse comprar 2. 
Heis que o Universo, por intermédio da Worten, me oferece, não 1, mas 2 bilhetes para o concerto! :))))

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Jamie Cullum - Coliseu Porto

E falta menos duma semana! E aqui a je no entretanto esqueceu-se de comprar bilhete... que parva!

Claro que agora só sobram lugares sentados e ranhosos, que é como quem diz sem qualquer visibilidade -.-'

Restam-me as opções do OLX! Vá lá pessoas que compram bilhetes e depois afinal não podem ir... colaborem s.f.f.! Isso e respondam-me aos mails!

Muito agradecida!

Vanessa

terça-feira, 19 de novembro de 2013

My life as an introvert














 "Introversion is a personality trait.  It is a preference relating to how we focus our thoughts, and how we gain energy.  Introverts are inwardly focused.  We like to think and explore our own thoughts and feelings.  Usually, being around people interferes with our desire to be introspective.  Of course, that doesn’t mean that we don’t like conversation.  We just tend to enjoy deeper conversations about thoughts and ideas instead of small talk.  From a personal standpoint, I hate small talk.  It bores me.  I want to hear about your life, and I want to exchange ideas and connect on a deeper level.

Introverts like to reflect on new information – analyze it, process it – and only make decisions after some time.  We very rarely like to tell you what we think if put on the spot unless it’s a topic that we’ve already analyzed, but we are capable of carrying on a conversation about almost anything.  We just may not enjoy that conversation very much, and it will drain us of energy.

Introverts gain their energy from being alone.  That is how we recharge.  It doesn’t mean that we don’t like being around people.  We are not ‘antisocial’.  I love being around people.  If it is someone I care about and enjoy being with, I can be invigorated by the exchange of thoughts, ideas, and emotions.  It is the larger settings that drain us – not because we don’t enjoy them, but because they use our energy.  I heard an analogy once about the difference between introverts and extroverts.  Introverts are like a rechargeable battery. They need to stop expending energy and rest in order to recharge. Extroverts, on the other hand, are like solar panels. For them, being alone is like being under a heavy cloud cover. Solar panels need the sun to recharge, in the same way that extroverts need to be out and about, interacting with lots of people, to refuel. Introverts need time to restore their energy, and it flows out faster than an extrovert’s energy. In order to function to the best of their ability, they need to calculate how much energy something will take, how much they need to conserve, and plan accordingly.  Speaking in front of a group of people will knock me out, and a one on one conversation can invigorate and challenge me, but I have to balance both of those with some alone time to recharge.

I love being an introvert.  I love that I think before I speak.  I love that I think before I act.  I love to listen to other people without always having to add my voice to the conversation.  I love that I share with a small group of trusted people.  I love that being an introvert allows me to see the world from a different perspective than the majority of the population.  It fits the rest of my ‘minority’ personality traits.  It ties me together.  It’s who I am, and there is nothing wrong with it.  It is not a social disease.  It is not something that should be changed.  It is my preference, and I’m finally ok with that."


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 Não gosto nada de etiquetas. E muito menos de etiquetar pessoas. Cada um é como é, e tem direito a sê-lo. Mas por vezes é bom encontra-las e saber que não estamos sozinhos no mundo. Que há mais gente 'esquisita' como nós. Tantas que até existe um termo para nos referir-mos a elas. Embora na prática não sirvam para nada e não nos ajudem a lidar com o dia a dia. Há muita gente que as usa como desculpa para a sua forma de estar e interagir com o mundo, 'não tenho a culpa, sou assim, nasci assim'. E por muito verdade que seja, todos temos a capacidade de mudar (assim o queiramos) e de ajustar o nosso comportamento de forma a melhor nos integrar-mos com os outros. Assim seja a nossa vontade. E se há coisas em que tento dar o braço a torcer porque acho que valem a pena, há outras demasiado intrincadas na minha maneira de ser que acho que não devo mudar ou tentar mudar só para agradar a terceiros, principalmente quando esses terceiros também não parecem muito interessados em compreender o meu ponto de vista. E assim se perdem amizades. Parece-me uma razão parva e até estúpida para nos afastarmos de pessoas que nos são queridas. Mas é a vida. Se não conseguimos respeitar a maneira de ser das outras pessoas, então o melhor a fazer mesmo é afastarmo-nos. E foi isso que aconteceu. Mas tenho que admitir que doeu. E que desde então me afastei por completo de novas amizades femininas. Talvez um dia consiga voltar a confiar e a sentir-me confortável com alguém, mas até lá vou mantendo as minhas amizades masculinas que são muito mais descomplicadas e respeitadoras do meu espaço.

Isto tudo para dizer que hoje (ainda início de semana), senti esta necessidade extrema de ficar em casa, simplesmente porque preciso de recarregar. É que não tive tempo para isso no fim de semana e não iria aguentar a semana lá muito bem humorada se não o fizesse. Felizmente tenho um trabalho que me permite gerir o meu horário como bem me convém. Isso e não estou tão atulhada dele que não tenho tempo para mais nada. Mas isso lá está... prioridades :) e a minha sanidade mental é uma delas :) 

domingo, 10 de novembro de 2013

Gaivotedo

Sexta-feira foi dia de gaivotas :) Não tanto onde e como costumo vê-las, mas ainda assim, dedicado a elas. 

Parti ainda 5a feira rumada a Coimbra, num misto de frustração e culpa, que acabou por se transformar em alegria (e culpa e embaraço) acoplada dum sentimento de 'ainda bem que há gente com especial paciência para me aturar' :) fomos jantar, comer um gelado, e ainda ficamos um bocadinho na ronha, em momentos que me sabem pela vida e que, não fosse o facto de serem tão especiais, bem podiam durar toda a eternidade... A noite foi passada na pousada da juventude, uma casa já com alguns anos e cujos quartos me fizeram mais lembrar uma qualquer antiga enfermaria, com as paredes e camas todas de branco, do que um lugar para dormir, mas enfim. Não sei se foi o ambiente, se o facto de não estar especialmente cansada, se o que foi, mas a verdade é que a noite foi longa. Vira para um lado, vira para o outro, e o cérebro não desliga. Já não me acontecia há algum tempo, mas lá consegui apagar umas 3 ou 4 horinhas, tendo no entanto acordado bem antes do despertador. Pé ante pé, a fim de evitar acordar a pessoa que se encontrava no mesmo quarto que eu, lá saí de mansinho do quarto com a tralha ás costas e respirei com alívio o ar fresco e molhado da madrugada. À minha espera na rua já estava o Samurai e seguimos +/- directos à Figueira da Foz (os enganos não contam certo?), para tomarmos o pequeno almoço e nos encontrarmos com o sr. Peter Rock, especialista em bichinhos penudos e chatos, aka gaivotas. Entrámos na pastelaria e deparamo-nos com um sr. alto e grisalho que nos recebeu com um sorriso e um típico aperto de mão. Conversámos um pouco enquanto tomávamos o pequeno almoço (o qual o sr. gentilmente pagou) e depois seguimos para o porto à procura das malditas. O objectivo era tentar encontrar delas marcadas com anilhas coloridas. E não demorou muito para que o LPS desse com uma delas vermelha, embora não lhe tenha conseguido ler a inscrição. Demos uma volta por ali, mas vimos poucos bichos e nenhum marcado. Seguimos até à praia, mas o cenário foi semelhante. Valeu a Larus marinus e minutus, embora esta última a tivesse visto já em voo e sem grande cuidado. Seguimos então para Vil de Matos, mais propriamente para a lixeira, e lá sim demos início à caça das anilhas coloridas :)

Nunca tinha entrado numa lixeira, e posso dizer que por muito mau que aquilo seja, era bem mais organizado do que aquilo que habitava o meu imaginário. As gaivotas eram umas quantas, à volta dumas 6000, e o cheirinho extremamente agradável (not =P ). A única coisa positiva de ter aquilo perto de casa deve ser realmente o facto de ali concentrar tanta bicharada. No total de manhã devemos ter lido umas 20 anilhas oriundas de vários cantos da europa, e por essas 11.30 decidimos ir almoçar ali perto e voltar da parte da tarde. Pelo caminho, um bicho morto na berma, e surpresa das surpresas, uma anilha colorida :) foi ver alguém com um ar de sortudo a partir as patas ao animal e a reclamar o seu troféu eheh :) Por fim, perto da saída o sr. Rock ficou na galhofa com o director pelo que ainda demorámos um tanto a sair. Acabamos por sair os 4 para almoçar ali perto e o almoço, embora controlado pela conversa do sr. engenheiro, foi agradável. De volta à lixeira o sr. Rock já se sentia mais à vontade connosco e de repente começaram as perguntas pessoais. 'So how did u guys meet each other?'  Não sei se foi só impressão minha, talvez tenha sido, mas de repente surgiu um silêncio estranho, de quem está a processar todas as implicações da pergunta. Eu calei-me, não com problemas em responder, mas sem saber exactamente o quão à vontade estava para falar sobre o assunto. Podíamos ser só amigos? Podíamos. Mas o sr. lá achou (e com razão) que éramos mais do que isso. 'We were in the same University......'. 'So do you work in similar areas?'. 'Yeah... kind of...'. Foi um momento estranho com muitas pausas que acabei por quebrar ao dizer que agora andava a trabalhar com morcegos, e que andavamos a captura-los com redes. A conversa continuou enquanto observávamos as bichinhas, e não consegui deixar de encarar o futuro com esperança e um sorriso quando o sr. comentou que 'hopefully you two will be doing some great work together'. Era bom. Ficaria feliz :) Porque sempre achei que mais do que um casal, poderíamos ser uma equipa. Uma boa equipa na realidade. Cada um com os seus pontos fortes e fracos, mas que possivelmente se complementam. O futuro o dirá. A tarde deu para recolher apenas mais meia dúzia de novas anilhas, mas deu lugar a uma muito especial. Não de uma gaivota, mas de uma cegonha :) Terá sido marcada há alguns anos, ainda enquanto estava no ninho, e agora ali estava ela já crescida e não muito longe do local onde nasceu :)

Por essas três e meia demos a sessão por terminada e decidimos regressar. Despedimo-nos do Peter e ficámos de partilhar os dados. Vamos ver quanto tempo demora a receber a info dos bichinhos! Ele terá seguido para Mira, e nós para Coimbra. Passo toda a gente à frente na fila e consigo apanhar o bus para casa just in time! Foi um dia bem passado e com boa companhia :) houvesse mais deles assim :)

sábado, 2 de novembro de 2013

Love is a Quantum Event

"We experience it as an emotion, but the feeling of love, the desire to be close to the beloved, is actually an unconscious expression of the dynamic nature of sub-atomic particles eternally trying to regroup into the singularity that was their primordial state before the Big Bang blew them apart."


I guess that's why I feel like I'm being torn apart everytime we say goodbye...?

domingo, 27 de outubro de 2013

Will to live

O que é que se faz quando as 2 pessoas mais importantes da tua vida não têm vontade de viver? E enquanto uma ainda se vai agarrando ás poucas coisas que a fazem sentir alguma coisa, a outra parece simplesmente cumprir com a sua rotina enquanto espera avidamente pelo seu dia. Serei eu a única pessoa sensata nesta família? A sério que não acho isto normal. Não posso dar vontade ás pessoas de quererem fazer coisas, procurarem ser felizes. Mas como é que posso simplesmente vê-las a deixar escapar as suas vidas?

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Conselho de pai

"Caga nos gajos q n gostam de ti como tu és e nunca faças o mesmo"

Noted.
Felizmente tenho feito isso a minha vida inteira :)

domingo, 20 de outubro de 2013

awww :)

"Mudar de Vida

Na casa onde ele vive não há computador, nem televisão ou aquecimento elétrico. Em contrapartida, há papel de carta, canetas, uma lareira.

A casa está plantada sobre uma ravina, entre outras, caiadas de branco, e tem um pequeno terraço onde ele vai acabar o dia a apreciar o Sol a pôr-se atrás do mar, enquanto fuma um cigarro sem pressa. À noite, acende a lareira, se for Inverno e fizer aquele frio húmido da nortada, capaz de enregelar um homem até aos ossos. E escreve-lhe sempre uma carta a dar-lhe conta das incidências da vida, dos seus pensamentos.

No seu apartamento, na cidade, ela desliga a televisão depois do jantar, põe um cd a tocar, lê a carta dele e responde-lhe.

Em tempos, ele também viveu na cidade. Trabalhava numa grande empresa e alimentava-se da adrenalina do quotidiano. Era frenético, a fazer contactos, a transbordar de entusiasmo, a convencer clientes, a correr atrás de resultados, apostado em ser o melhor. Era só ele, a agitação do trabalho, a vida boémia pela noite fora, muitos cafés pela manhã, almoços com clientes, reuniões sem fim, jantares tardios. Mas, de repente, tinha quarenta anos e a sensação de que a vida, a verdadeira vida, passara por ele. Largou tudo, partiu.

Agora vive nesta vila caiada de branco sobre o mar e ocupa-se da sua loja de artigos desportivos. Deitou fora os fatos, as gravatas, vai à praia à hora de almoço com uma prancha de surf.

Conheceu-o quando entrou por acaso na loja, num fim-de-semana comprido que a trouxe à vila com duas amigas, no início do Verão passado. Teve uma aula de surf com ele, jantaram no restaurante da praia, trocaram endereços com a promessa de se escreverem em breve. Ele cumpriu a promessa, ela respondeu-lhe e nunca mais pararam.

Ela regressou à vila com um saco no carro, preparada para passar três dias em casa dele. Aceitou o seu convite, embora pensasse que era um erro. Na verdade, conhecia-o mal e não estava certa de que fosse boa ideia aprofundar a relação, pois teria de partir novamente e moravam longe um do outro.

Mas os três dias transformam-se em seis meses e, não obstante ter-lhe dito em todas as cartas que nunca deixaria a cidade, acabou por largar o emprego e vender o apartamento. Agora vive com ele, ajuda-o na loja e pretende voltar a fazer surf depois de o bebé nascer. Ainda lhe parece difícil acreditar que fez tudo ao contrário do que pretendia, que deixou tudo por ele, mas está feliz e aprendeu que, afinal, não havia nada suficientemente importante para a impedir de mudar de vida, para melhor. "

Por: Tiago Rebelo

sábado, 19 de outubro de 2013

See you later...!

 

E é bom estar de volta ao meu ainda recente cantinho. Acordar com a chuva a bater na janela e poder ficar simplesmente a preguiçar, enquanto o mar e o vento rugem lá fora. Sabe bem... muito bem :)

Nos próximos meses vou andar por aqui... não sei se já a trabalhar, se em pseudo-férias, mas hei de descobrir brevemente. E começa uma nova fase!

Para trás ficam 6 loucos meses de campo e mais de 1000 tadarida!

Até para o ano bichinhos! Vou ter saudades vossas =D







domingo, 13 de outubro de 2013

Fragância humana

Incrível como os sentidos brincam connosco. Como nos confortam e iludem. Como quando te procuro na noite e tudo o que encontro é o aroma que deixaste entranhado ao meu redor. E respiro-o com satisfação, como se o facto de ali sentir a tua presença me deixasse mais perto de ti. E deixa. E fecho os olhos, e apesar das saudades do teu calor, adormeço em paz.

domingo, 6 de outubro de 2013

Wavy Sea

Tenho andado tão desaparecida... e apesar de tudo com tantas coisinhas por contar. Mas tem-me faltado a vontade. Vá-se lá perceber bem porquê. Talvez porque tenho andado contente e satisfeita. Embora numa felicidade algo inconstante. Ou melhor... frágil. De quem ainda vai aos poucos tentando recuperar a confiança, mas sem querer criar ilusões. De quem ainda não sabe se tomou a decisão certa, mas que está disposta a ir um bocadinho mais longe para descobrir. De quem apesar de temer estar a cometer um erro, se sente demasiado bem para deixar de tentar.

E é isto... um dia de cada vez... uns melhores, outros piores. Hoje, entusiasmada, para a semana não sei. A verdade é que há coisas que só fazem sentido quando partilhadas. E esta coisa de seguirmos vidas paralelas, que apenas se cruzam aleatoriamente, sem nenhum plano a longo prazo de o que faremos com elas, dá cabo de mim. Porque uma coisa é viver sabendo que daqui a 'x' tempo as coisas mudam, outra é viver 'x' tempo sem saber se alguma vez irão mudar.  E se fosse uma qualquer, talvez dissesse que assim não dá, e seguisse (in)felizmente o meu rumo. E talvez fosse melhor para os dois. Mas não consigo. Pior que isso. Não quero. E a resposta ao porque não quero assusta-me. Faz-me interrogar-me se estarei maluca. E talvez esteja. Mas adiante.

Amanhã é dia de partida. Regressar ao Porto para a última temporada de campo do ano. Vão ser mais duas semaninhas a apanhar morceguinhos. Tenho que admitir que me vai saber bem dar por terminada a época de campo. É muito tempo de um lado para o outro e "sem vida". Vai saber bem desfrutar do outono e do inverno, recolhida no aconchego da rotina. Pelo menos no início. Que se bem me conheço, ao fim dum mês já vou estar em pulgas para voltar aos Cerejais. Mas pronto. Uma coisa de cada vez. Esta próxima semana avizinha-se bastante agradável, com companhia extra bastante bem vinda :) a ver se a aproveito mt bem :)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Coisas de mães?

Hoje (e para não variar muito) a minha mãe ligou-me estava eu a começar a jantar. Conversas engraçadas as que a minha mãe tem por vezes comigo. Falamos disto, daquilo e daquele, tudo normal até que, na ausência de tema, ela se vira e pergunta:
'tu hoje não estás bem filha, pois não? pareces triste...'
Ao qual eu fico surpreendida pela pergunta e respondo genuinamente 'não... tá tudo bem mãe...!'.
'tens a certeza? é que pareces-me triste... tu nunca falas comigo nem me contas nada, mas pronto. tu é que sabes. fazia-te bem desabafar. sabes que podes contar comigo'.
'sim mãe, mas tá tudo bem!'.
'pronto... ainda bem que contigo está sempre tudo bem e q não tens problemas nenhuns. tens q dar graças ao universo de teres uma vida tão afortunada em que tudo te corre bem'.
'oh não é isso, mas há q aceitar as coisas como elas são não é?'
'pois claro... isso é muito bonito em palavras, mas nem sempre é mt fácil de por em prática filha'
' oh pois tá bem... mas pronto, não é razão para uma pessoa deprimir'
'claro é preciso ter força. e ás vezes é preciso cometer o mesmo erro várias e várias vezes para finalmente nos apercebermos q estamos no caminho errado. e pode custar muito na altura, mas depois o tempo passa e quando olhamos para trás vemos que foi a melhor decisão que tomámos. o tempo cura tudo.'

wait... what? estamos a falar de quê mesmo mãe? é q eu não disse nada... mas tu tens uma tendência estranha de atirar para o ar e acertar em cheio O.o não q eu ande triste, muito pelo contrário, mas vá.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Fallen

Porque todos cometemos disparates e uns cometem mais que outros, heis que posso ter caído novamente no mesmo erro e voltado à estaca zero destes meus últimos meses. A questão é que apesar do tempo e da distância, há coisas que continuam a ser demasiado importantes para simplesmente as deixar passar, me afastar e não querer mais saber. E posso ter feito uma grande asneira... assim daquelas que nos arrependemos já tarde de mais. Nada que o meu cérebro não me tenha avisado. Mas... optei por ceder e deixar-me levar, porque embora não saiba explicar porquê, a verdade é que mexem comigo. Não posso é esquecer-me que não sou a mesma de há 7 meses atrás, e muito menos a de há 4 anos. Ou pelo menos, não quero ser. Porque há coisas que embora perdoadas e esquecidas, nos marcam e bem. Há situações pelas quais não queremos voltar a passar e coisas que não queremos voltar a viver. Falta portanto colocar os pontos nos i's a fim de evitar cair no mesmo... o problema é... haverá alguma solução para esta complicada situação? Não sei... sempre acreditei q sim, ou não estaria aqui hoje. Sempre achei que quando se gosta, arranja-se maneira, e que tudo é uma questão de prioridades. Mas também sempre tive consciência que só assim é, quando ambas as partes pensam e sentem da mesma maneira. E que quando só um rema o barco rodopia e não sai do lugar. E de estar parada já eu estou farta... daí que ou remamos os dois, ou decidimos duma vez por todas ir cada um à sua vida.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Há dias

Há dias em que simplesmente me apetece mandar certas pessoas à m****. Simplesmente porque estou cansada. Cansada de ser tão permissiva. Cansada de ser tão totó. E a vontade nestes dias é de simplesmente ir-me embora, partir rumo ao desconhecido e fazer algo totalmente inesperado, dizendo adeus a tudo e a todos. Assim... sem mais, nem menos. Afinal, quem é que manda na minha vida? Eu ou os outros?

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

^.^

ver o paizinho a tocar jazz e não conseguir deixar de se sentir orgulhosa :)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Funny things

Estarmos com uma pessoa que já não víamos há uns bons 7 anos como se não nos víssemos há umas semanas. Life's a bitch they say. E é... espalha-nos pelos 4 cantos do mundo assim de mansinho e quando damos por nós, as pessoas q nos são/foram importantes estão a centenas de km de distância e só as conseguimos/podemos ver assim muito raramente.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Mães

E é assim... uma pessoa passa 1h ao telefone e vêm logo as boquinhas.

Mãe: essa vossa relação é muito esquisita.
eu: mas qual relação mãe? já não há relação nenhuma....
Mãe: então, mas continuam a falar imenso um com um outro e passam horas ao telefone. É porque há alguma coisa, ou têm muito em comum.
eu: sim mãe, e então?
Mãe: mas tu gostas dele?
eu: sim mãe, é bom rapaz
Mãe: oh não é nada disso q estou a dizer, bem sabes a q me refiro.
eu: gosto dele, mas não temos tempo de estar um com o outro, q queres fzr?
Mãe: quando se ama, há sempre tempo para estar com a pessoa

.....

e pronto... contra factos não há argumentos.... >.<

só resta saber se as coisas são realmente assim tão simples... é que se sim, eu sou uma grande parva. Não que seja alguma novidade. Mas pronto... passava bem sem estas bofetadas da vida.

a questão que se coloca então é... como é q se deixa de gostar de alguém? é que sempre ouvi dizer que o tempo curava tudo, mas no meu caso a única coisa q curou até agora foram as mágoas... porque o resto... bom, o resto continua cá tudo... talvez um pouco adormecido pela distância e falta de contacto, mas sempre presente... enfim... há coisas q nunca mudam.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Why I don't drink

Sempre que conheço pessoas novas, sempre que vou jantar/sair a algum lado, repete-se o ritual. Pouco depois repetem-se as questões... 

Mas já provaste? Não gostas? Porque é que não bebes então? Prova só um bocadinho! É bom, este é docinho! Que raio de rapariga, não come carne, não bebe café, não bebe alcool, não tens piada nenhuma. 

A creatividade é tanta que normalmente já sei o que me vão dizer... E se normalmente me fico pelo "porque não me apetece. nunca tive curiosidade de experimentar e só o cheiro mete-me nojo (e mete!)", a verdade é que há todo um outro conjunto de razões das quais me tenho vindo a aperceber com o tempo e as quais raramente me dou ao trabalho de partilhar.

A verdade é que toda a minha família tem um historial um tanto para o triste. Pai que bebe demais, passa as noites fora de casa a estourar o dinheiro que tanto custou a ganhar à minha mãe e os dias inutilmente a dormir, só faz disparates e chateia-se com toda a gente, avó paterna que devora garrafões de 5L de vinho às escondidas e volta e meia está no hospital, avô e avó maternos que passam as tardes nos copos e depois descarregam em todos ao seu redor, e bisavós idem-aspas. É um historial longo, de várias gerações, de pessoas com problemas em controlar-se no que a esta bebida mágica diz respeito. Evitado será dizer que vi muitos natais amargurados por este solta-línguas, mas pior que isso, vi como arruinou a vida do meu pai e como fez sofrer a minha pobre mãe...

Penso assim que será compreensível o facto de nunca ter tido a menor curiosidade em sequer experimentar. E se por vezes me interrogo como seria a minha pessoa com os copos, e de como até seria agradável conseguir "libertar-me" uma vez por outra, depressa me lembro que se calhar não é muito boa ideia. Que os genes que trago comigo são demasiado propícios ao desastre. E que embora acredite na minha capacidade de auto-controle, nunca vi esta bebida trazer felicidade a ninguém, no mínimo, algumas figuras tristes, e uma carteira bem mais leve.

Se me divirto? Divirto :) e bastante! Pode é ser com coisas parvas sem piada nenhuma. É a vida. E se a minha fosse igual à dos outros, não teria graça nenhuma :)