sábado, 26 de fevereiro de 2011

Preguicite :)


Depois do que foi um acordar um tanto para o retrospectivo e deprimente, decidi enfrentar a porta do meu quarto e ir dar uma voltinha à praia. Foi um lutar comigo própria para conseguir sair, num dia até pouco apelativo, com o sol escondido por trás de uma cortina de nuvens e o mar bravo lá fora. Vestimenta qualquer, mochila com o essencial para a passeata (que é como quem diz guia e máquina fotográfica), e pés descalços equipados com sandálias a jeito de quem se compromete a enfrentar a sua missão: descontrair. E lá fui eu. Estava a precisar admito. E muito! O mar estava agitado. Poderoso. E não demorou muito para arregaçar as calças até ao joelho, tirar as sandálias e afundar os pés na água. Fechar os olhos e esboçar um sorriso. Sentir aquele calafrio tão agradável a percorrer-me a espinha. Aquela sensação de liberdade e união com o mundo. Após alguns minutos de contemplação e meia dúzia de ondas a rebentar-me nas pernas, sigo caminho praia acima. Os pés arrastam-se na areia e pontapeiam-na enquanto caminham, só para se voltarem novamente a enterrar. Volta e meia sou atingida por uma onda como se nada fosse, outras tenho que correr feita tola para não me molharem por completo. Não tenho intenções de ir muito longe, mas quero ir até ao lugarzinho das gaivotas dar uma espreitadela. Ao lá chegar, qual não é a minha surpresa quando avisto uma cambada de cromos, ehrm, quer dizer, um grupo de mais de 6 indivíduos, estranhamente camuflados de verde (não deve destoar nada num areal sem qualquer vegetação) e altamente equipados com grandes lentes, que mais parecem telescópios, a tentar fotografar a bicharada que por ali costuma andar. Para grande infelicidade minha já estavam de saída quando cheguei, pelo que não pude ficar a apreciar as figurinhas. Verdade seja dita que me deu vontade de rir. Eu, feita simplória que não regula muito bem, de calças arregaçadas, pés descalços e molhados, sandálias na mão e máquina fotográfica no bolso, e os profissionais, feitos combatentes de algum filme de guerra, vestidos como quem vai para o árctico, com grandes botas e grossos casacos, artilhados com material fotográfico até ás orelhas. Saindo eles, sentei-me na areia a observar a bicharada e a aproveitar o agradável sol que entretanto conseguiu tréguas com as nuvens. Como não vi nada que me chamasse a atenção, atravessei a pontezinha e continuei mais um pouco. Só o suficiente para me deparar com um pequeno grupo de Chroicocephalus ridibundus, alguns dos quais já em plumagem nupcial e outros a caminho. Fiquei feliz :) Sei bem que não é nada de especial, mas são bichos engraçados que mais engraçados ficam com a cabeça toda preta :)


Meia dúzia de fotos e decido regressar. E que regresso. Bastante peculiar :) Bastante relaxante :) Foi um soltar cá para fora muita coisa. Improvisar o que me vinha à cabeça e dar graças ao Oceano de ninguém me estar a ouvir. Correr e brincar entre as ondas como se tivesse pouco mais de 10 anos. E por fim apanhar uma grande molha involuntária como não podia deixar de ser :) Foi giro :) E só não me molhei por completo porque tinha a mochila comigo e não convinha que se molhasse. E porque as nuvens decidiram de repente quebrar as tréguas com o sol e não me apeteceu apanhar uma valente duma constipação ^^ Mas o sol que apareça aí mais uma vez, assim a dar para o quentinho que digo-lhe como é :D

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