quarta-feira, 24 de março de 2010

De volta


Local Time: 9.40 pm 

Place: sentada à janela, num dos vários lugares vagos, de um voo da Ryanair entre Weeze (Alemanha) e Porto. 

Estado de espírito? 

Aliviada por finalmente me encontrar dentro do monstrinho dos transportes públicos que é o avião. 

Após ter passado facilmente despercebida com a minha mochila de tamanho e peso extra ao permitido pela simpática companhia de lowcost, enquanto outros se viram obrigados a esvaziar a mala,a tirar os sapatos e quase as calças porque simplesmente o segurança não foi com a sua cara, não pude deixar de pensar o quão ridículo é o sistema onde vivemos. 

Enfim... passemos à frente, que a segurança nos aeroportos é um tema extremamente aborrecido. 

Depois de estarmos todos "confortavelmente" instalados nos nosso lugares, tivemos direito às habituais explicações sobre as saídas de emergência e as, sempre dignas de riso, representações de como apertar os cintos de segurança, usar as máscaras de oxigénio e os coletes salva-vidas. 

Sejamos sinceros, num momento de pânico quem é que se vai lembrar das explicações das senhoras altas que normalmente só servem para nos trazer comida? De qualquer das formas, os que se conseguirem manter suficientemente calmos para ainda saberem o próprio nome, não terão grandes dificuldades em conseguir enfiar uma mascara na cara ou vestir um colete, mesmo sem ninguém lhes explicar como é que isso se faz (digo eu xD). 

Olho à minha volta e divirto-me com as feições de preocupação, muitas vezes medo, de muitas pessoas, coladas às cadeiras e de olhos fechados, enquanto o avião começa a descolagem. Para mim é sem dúvida o melhor momento da viagem. Eu sei que é cliché, mas gostava de conseguir voar. Que posso dizer? Adoro a sensação de de repente abandonar o chão e rumar ás alturas. Apreciar a paisagem enquanto ela se torna cada vez menos detalhada e mais abrangente, enquanto me dirijo a novos ou velhos destinos, até apenas azul e branco ser visível. A expectativa é sempre alta quer esteja a ir ou a regressar. Momento de moderada adrenalina. Além disso tudo o resto na viagem é monótono. Céu, céu, céu. Núvens. Um pouco de turbulência para animar e mais monotonia. Apenas o som incomodativo do deslocamento do avião e do rodar das turbinas. Tento dormir, mas depressa fico sem posição para me sentar, as cadeiras não são especialmente confortáveis. As senhoras hospedeiras também não facilitam e passam a viagem inteira a fazer propaganda ao espectacular menu de preços e comida da Ryanair. Felizmente a aterragem chega eventualmente (o 2º melhor momento da viagem) e está na hora de ir para casa. Dormida em Espinho e regresso até Figueira de carrinho. Pelo caminho chuva e mais chuva... mas depressa me encontro de volta ao meu cantinho =) 

Depois de almoço decido ir para campo e ajudar o Eduardo a arranjar um dos abrigos. Os campos todos verdes, os olivais amarelos, flores por todo o lado. Tinha saudades disto. Apesar da chuva nos ter assombrado inicialmente, a tarde acabou por se revelar bastante produtiva e agradável. Um casal de bonelli e de britangos, 2 buteos e um milhafre-real, fora os habituais grifos e passarada mais pequenina. Os cucos já se ouviram e viram um pouco por todo o lado, parece que chegaram durante a minha ausência... xD


É bom estar de volta =) 

Mas algumas saudades persistem... quero ir para casa, casa casa.

1 comentário:

  1. És uma pessoa muito forte! Mais uma vez te digo, admiro-te muito =) És daquelas mesmo especiais! =)

    Força para aguentar essas saudades! ;)

    Gostii**

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