domingo, 14 de março de 2010

The Netherlands

Ok... isto de começar posts e nunca os acabar começa a ser o prato do dia e sinceramente já enjoa. Ideias que não são desenvolvidas. Sentimentos que não são totalmente expressados. A journal full of gaps. Enfim... o que lá vai lá vai, mas há que dizer que acalmados os ânimos e enfrentados os factos, há que meter mãos à obra. Porque isto de ficar simplesmente desanimada e revoltada não resolve a vida de ninguém. E eu posso até achar que é o fim do mundo num dia, mas no outro a vida continua. É só olhar em frente e continuar a caminhar :)
Assim sendo, e com a insegurança como companheira e a auto-confiança como conselheira, iniciaram-se os trabalhos. Dias tão longos como todos os outros, mas vividos em tempos distintos, de forma dita característica. Alvorada ás 5 da matina, caminha quando a vontade e a disponibilidade assim o permitem. O dia-a-dia, nada de muito forçado. Monte acima, monte abaixo. GPS na mão, binóculos ao pescoço, relógio e caderno de campo no bolso. Pausa aqui, pausa acolá. 3 trigueirões, 1 pisco-de-peito-ruivo, 1 tentilhão, 1 cotovia-escura, 1 cotovia-pequena, 2 andorinhas-das-chaminés. Sinfonia de cantos e sons cujos autores nem sempre sei quem são, que raramente colaboram e se revelam. Batalha constante entre o perfeccionismo e a inexperiência. Dias que voam. Ao fim de uma semana, sono acumulado, pés doridos e algum decréscimo nos níveis de incerteza. A precisar de algum descanso... mas satisfeita por ter cumprido o que me propus.

Próximo passo?
Interrupção das actividades...

Eu sei eu sei, não faz muito sentido. Mas a vida tem destas coisas. Situações que nos caem do nada. Como se o mundo decidisse conspirar a teu favor (ou contra ti, quem sabe) e de repente tens uma escolha a fazer. Fluir ou não com a corrente. E não vale a pena pensar muito que isso normalmente só complica. É seguir os teus instintos e confiar no que o universo te reserva. Depois surgem os obstáculos. Esses aparecem sempre, mais cedo ou mais tarde. Para te fazer duvidar. Para te complicar a vida. E como em tudo, és dono da decisão. Podes sempre voltar atrás. Mas teimosa como sou, independentemente das consequências, continuo a seguir esta suave loucura  que me corre nas veias. E chamemos-lhe sorte, ou não, mas tenho-me dado bem.

E cá estou eu. Wageningen, Holanda. Numas pseudo mini-férias de 10 dias (cof cof, curso de estatística).

1as impressões...? Quero uma casa de estilo holandês quando for grande =P Saídas de algum tipo de conto-de-fadas, parece que entrei num mundo de fantasia. Passarada por todo o lado, arrependo-me de ter deixado o guia e os binóculos em casa. Gralhas a saltitar pelos passeios em vez de pardais ou pombos, é uma visão no mínimo peculiar. As gaivotas cruzam os céus todo o dia, e os gansos preenchem os campos. É diferente. Mas apesar de tudo, familiar. Chapins, tentilhões, melros, pardais, bichinhos comuns também por aqui, fazem da minha caminhada matinal algo curiosamente reconfortante. 

Bom, o sono já pesa nas pálpebras, o melhor é mesmo parar por aqui. Tomorrow's a new day.


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