Caminho lado a lado comigo própria. Perco-me e encontro-me em mim. Paro. Observo-me. Interrogo-me. Que familiaridade é esta na solidão? Que conforto é este com as ondas que me rebentam nos pés? Devagar devagarinho avanço sobre as rochas que me deparam, equilibrando-me para não escorregar, escolho cada passo com o cuidado de quem sente que pisa não chão, mas sim vida. É uma sensação estranha, revigorante, de ligação com o Mundo e Comigo.
Serena seria a palavra certa para me descrever, tal como as ondas que me atingem...tranquilizam. Entretida a absorver tudo o que me rodeia, procuro tudo e nada.
Um pequeno bando de rolas-do-mar descansa nos rochedos e rapidamente dispersa com a minha aproximação. Não era necessário, mas isso elas não sabem. Investigo todos os cantinhos rochosos, mas nada mais que algas, mexilhões e cracas, parecem habitar por aqui. Eventualmente, e para grande felicidade minha, um bichinho mais carismático passeia à minha frente.
Era bom que todos os dias pudessem começar assim =) A vontade de me atirar à agua e de nela me adentrar é mais que muita, mas mais oportunidades virão. Percorro a praia com um vazio na mente e uma percepção assustadora de tudo o que me rodeia. Perco-me no tempo e no movimento ondulante do tapete azul que me contempla, mas está na altura de regressar. Talvez amanhã haja mais =)
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