sábado, 16 de abril de 2011

Faia Brava e Campanários de Azaba

E é com pena que escrevo tudo isto já em terras não pertencentes ao Riba-Côa, mas a vida é assim mesmo e não tenho razões para me queixar :)

Pois bem, estava já eu deitadinha na caminha na terça-feira, quando me batem à porta a avisar de novas alterações de planos. Encontro na sede ás 11h em vez das supostas 9h. Hmm... e eu que queria lá estar muito antes disso. Mas pronto... que remédio. As rãs a cantar e um morcego  com os seus estalidos metálicos atrasam-me o adormecer, mas ás 7h30 da manhã já não consigo estar mais na cama e levanto-me. As andorinhas passeiam-se lá fora, assim como os estorninhos e os pardais. Os serinus voltam e meia também por ali param a cantar, assim como um ou outro verdilhão. Viva a qualidade de vida :) 


Visto-me, ando para trás e para a frente, vou para o jardim ver os bichinhos e acabo por decidir ir para a sede. Por lá já se encontrava a Sílvia de volta de cadernos de campo para a criançada e a precisar de ajuda, pelo que lá dou uma mãozinha. Organizar as folhas, dobra-las e agrafa-las são as tarefas, e não fosse a impressora decidir comer folhas e o agrafador prender agrafos, teria corrido tudo bem. Mas lá nos desenrascámos com alguma paciência e persistência. 


As 11h passaram entretanto para 14h, e os supostos 4 técnicos da Fundación Naturaleza y Hombre ficaram reduzidos a 1 que por sinal é português(a) e é a única que conhece a reserva. Coisas combinadas com mais de 3 meses de antecedência dão nisto xD Almocinho no Ponto de Fuga á conta da ATN e seguimos nós para a Faia Brava. Para grande pena minha para o lado de Cidadelhe (era a única parte que a rapariga não conhecia), mas ao menos andamos na parte gira. Paragem obrigatória na ponte para a observação do Côa e de mais meia-dúzia de bichinhos que por ali andavam. Houve quem até acreditasse ter visto um melro das rochas, mas isso nunca se saberá. Durante o passeio, os bichinhos do costume (saudade estranha de ouvir o cantar repetitivo dos tentilhões), mais um coccothraustes e uma cegonha-preta. Foi giro :) As luscinias já se ouviram um pouco por toda a parte, mas estranhamente... nada de grifos no ar. Aventuramo-nos pelas arribas (para depois ouvirmos do joão por andarmos perto do ninho da águia-real xD) e depois lá acabamos por voltar. Estava a precisar disto. Muito :) É uma liberdade difícil de explicar. Uma sensação de descontração difícil de controlar. Uma felicidade difícil de atingir. Quem me dera poder ficar por aqui!!! 


De volta ao carro fazemos o regresso por Algodres. Intercâmbio que é intercâmbio tem que passar pelo sr. Henrique! Em vez do caminho normal seguimos pela terra batida e vamos apreciando a paisagem e as aves de rapina que connosco se cruzam. Calçada, cobreira e um tartaranhão-caçador fazem-nos parar o carro para as observar, mas seguem rapidamente viagem. No sr. henrique, sou recebida com grande entusiasmo :) e depois de joys de laranja, gelados e minis, voltamos para Figueira. Tralhas arrumadas à pressa, nada de banhos ou mudas de roupa que não há tempo, e Espanha aqui vamos nós. 


Perto de Espeja esperava-nos uma antiga estação ferroviária, agora recuperada para turismo rural. A área envolvente é outro mundo. Árvores até perder de vista e centenas de abelharucos a tagarelar são uma visão no mínimo incomum. No dia seguinte acordo cedinho para ir ver a passarada, mas nada de hortensis para estas bandas, só os bichos do costume. Já no regresso, mais uma cegonha-negra só para animar. Nos campanários de azaba também nada de especial. 


Mas foi giro :) é um ambiente diferente. A piada mesmo foi andar as últimas semanas a ler sobre montados e dehesas e agora ir visitar uma tipica dehesa espanhola :) Pessoalmente continuo a preferir a paisagem agreste do vale do côa, com os seus muitos calhaus, matos e sobreiros perdidos. É mais variado :) e teria muito mais para contar sobre esta tão agradável viagem... mas não me apetece, e sem fotos (os cabos estão em casa) também não tem tanta piada. 


Para balanço final não consegui ver hortensis nem papa-figos (este só o ouvi), assim como nada de águias imperiais (fui enganada!), ao menos os abutres-negros deram o ar da sua graça, mas já em terras lusitânicas :) E é assim... espero voltar em junho ou julho, quem sabe para um campo de trabalho, ou só uma visitinha :) Logo se vê :)  

Back to Porto o fim de semana nem começou mal, com uma sessão de anilhagem no Parque Biológico de Gaia. Os bichos foram poucos, mas já era de esperar. Não conhecia era o parque, mas tenho a dizer que é muito bonito :) Espero poder ir lá um dia com mais tempo só passear :) Por agora é pensar em acabar os trabalhos (o melhor mesmo é faze-los xD), e preparar as coisinhas para a viagem a terras marroquinas! Há pessoas com sorte... e eu devo ser uma delas =) numas coisas mais do que outras... mas não se pode ter tudo!
 
(Que testamento que para aqui ficou... eu bem digo que sem fotos não é a msm coisa xD) 

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